DESAVENÇA E HOMICÍDIO

Polícia apura desavença amorosa em investigação da morte de Elizeu da Paz

Uma estemunha relatou que o desentendimento entre o sargento e o suspeito Mayc Vinicius Parede, 42, teria sido motivado por um relacionamento amoroso de Mayc com uma mulher

Daniel Brandão
online@acritica.com
05/11/2024 às 15:32.
Atualizado em 05/11/2024 às 15:48

Ricardo Cunha, delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) (Foto: Nilton Ricardo/Freelancer)

Uma briga por motivação amorosa pode ter sido o motivo do assassinato do sargento PM Elizeu da Paz de Souza, ocorrido na madrugada de segunda-feira (4), na rua Comandante Waldir Bastos, Conjunto Santos Dumont, Zona Centro-Oeste de Manaus, o que afasta a chance de ligação da morte com o ‘Caso Flávio’.

Segundo a delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), uma testemunha ouvida nos autos relatou que o desentendimento entre o sargento e o principal suspeito, Mayc Vinicius Parede, 42, teria ocorrido por causa de um relacionamento de Mayc com uma mulher, que teria resultado em uma desavença entre os dois. 

“[Esse caso] não tem relação com o Caso Flávio. Uma testemunha ouvida nos autos relata uma briga entre eles, que pode, sim, ser uma motivação. Ela relata que teria sido por causa de um relacionamento amoroso de Mayc com uma mulher, o que teria causado essa desavença. Isso ainda será aprofundado nas investigações”, declarou Campello.

Delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) (Foto: Nilton Ricardo/Freelancer)

 Parede e Da Paz eram réus no caso do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, ocorrido em setembro de 2019, e agora protagonizam, respectivamente, como autor e vítima em outro crime.

“Tanto o autor quanto a vítima já foram alvos da Delegacia de Homicídios no passado. Já figuraram como autores de outro delito que ficou muito conhecido na cidade de Manaus. Por serem alvos conhecidos, causou certa repercussão, com questionamentos se haveria relação com os fatos anteriores”, destacou Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Mayc e Da Paz (Fotos: Reprodução)

Mayc nega autoria

Segundo Marília Campello, o suspeito do crime se apresentou na delegacia acompanhado por seus advogados, onde foi interrogado, negou a autoria do crime e se reservou o direito de ficar em silêncio.

“A única pergunta que ele quis responder foi se havia cometido o delito, e ele disse que não cometeu, que não sabe onde está a arma e permaneceu em silêncio quanto às demais perguntas formuladas pela autoridade policial”, relatou a delegada.

Motorista é a principal testemunha

Por motivos de segurança, o motorista de aplicativo e testemunha principal do fato não será exposto. Em seu relato, ele conta que a corrida durou menos de dois minutos até ouvir o disparo.

“Assim que ele pega os dois passageiros, a vítima senta no banco da frente (do passageiro). O Mayc senta exatamente atrás do Elizeu. Ele estava bastante falante e o Mayc estava calado, de cabeça baixa. Minutos depois da corrida se iniciar, ele ouve um estampido. Achando que era o pneu estourado, ele vira para o passageiro e então nota a vítima com a cabeça para o lado dele (motorista) e sangrando bastante”, contou Campello.

De acordo com a delegada, antes do crime, Parede e Da Paz, estavam em um clima bastante amistoso bebendo em um posto de combustível na Avenida Torquato Tapajós.

“Não há qualquer discussão entre os dois. Eles aparecem em um clima muito amigável. Dentro do carro onde aconteceu esse disparo de arma de fogo não há qualquer interação entre os dois. Inclusive, o motorista do aplicativo relata que nem sequer ouviu a voz do Mike”, revelou a delegada.

“Mayc fala 'me deixa aqui, me deixa aqui'. O motorista para o carro assustado e sai correndo. Nossos investigadores conseguiram as imagens, onde mostram o suspeito saindo em fuga do veículo. Nelas a gente percebe que ele segura possivelmente a arma da vítima. Em dado momento ele se desfaz da camisa que usava e também estamos em busca desse armamento”, concluiu a delegada.

Relação íntima

Campello acrescenta que, em várias ocasiões, Da Paz confiava seu armamento a Parede.

“O próprio Elizeu entregava a arma a ele (Mayc). Isso não era raro. Quando Elizeu achava que estava muito embriagado, ele confiava em Mayc a ponto de entregar-lhe a arma para que ele fizesse um tipo de segurança para ele”, explicou a delegada.

“A motivação pode ser algo que não descubramos de fato. A questão aqui é encontrar os indícios de autoria. E há indícios suficientes e robustos de autoria, tanto que foi decretada a prisão preventiva. Não temos dúvida de quem estava com a vítima no momento do fato, de quem portava a arma e de quem fugiu do local”, finalizou Campello.

Mayc Parede será encaminhado para audiência de custódia no Fórum Henoch Reis e responderá pelo crime de homicídio

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