LINHA DO TEMPO

Do luto à prisão: relembre como a morte de Djidja Cardoso revelou esquema de 'seita' na família

Saiba como a tragédia com a ex-sinhazinha foi do susto com a morte precoce à prisão do irmão, mãe e ex-funcionários que comandavam uma seita com o objetivo de promover o tráfico e consumo de drogas sintéticas de uso veterinário

Robson Adriano
online@acritica.com
31/05/2024 às 20:13.
Atualizado em 31/05/2024 às 20:13

(Fotos: Paulo Bindá/A CRÍTICA (esquerda), Reprodução (centro) e Junio Matos/A CRÍTICA (direita))

A morte da empresária Djidja Cardoso, 32 anos, ocorrida na última terça-feira (28), desencadeou a operação Mandrágora, que resultou nas prisões preventivas da empresária Cleusimar Cardoso Rodrigues, 53 anos, e do empresário Ademar Cardoso Neto, 29 anos, mãe e irmão de Djidja. As investigações policiais apontaram que mãe, filha e irmão lideravam uma seita intitulada “Pai, Mãe, Vida” com o objetivo de promover o tráfico e consumo de drogas sintéticas de uso veterinário.

Por volta das 8h20 daquele dia, o companheiro de Djidja, o atleta Bruno Roberto Lima, 31 anos, ligou para a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e informou que a jovem havia passado mal durante a madrugada “devido a possível consumo de entorpecente”, conforme consta no relatório da ocorrência. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado até a casa, situada na rua Guapiarçu, bairro Cidade Nova, zona Norte, e atestou o óbito da empresária, ainda no quarto onde ela dormia.

Velório e Comoção

Djidja foi velada na quarta-feira (29) sob forte comoção. Os bois Garantido e Caprichoso emitiram nota de pesar. A cunhã-poranga do boi Garantido, Isabelle Nogueira, 31 anos, lamentou a morte da amiga. O boi Garantido, com o tripa Batista Silva, compareceu ao velório e prestou a última homenagem para Djidja, que defendeu o Item 7 de 2016 a 2020. A primeira sinhazinha do Garantido (1987 – 1998), Tame Nôvo, levou ao caixão o próprio leque como forma de homenagear Djidja.   

A empresária foi enterrada por volta das 17h daquele mesmo dia em um cemitério particular localizado no KM 13 da rodovia Manoel Urbano. Bruno e Ademar Neto compareceram ao enterro da companheira e irmã, respectivamente. A mãe da jovem, Cleusimar, não estava no sepultamento nem no velório. O caixão foi aberto por alguns instantes. Sem palavras de consolo ou oração, Djidja foi enterrada no campo-santo, no fim daquele dia. 

(Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

Mandrágora

Ademar Neto, Cleusimar e a gerente do salão Belle Femme, Verônica da Costa Seixas, 30 anos, foram presos pela equipe policial do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) na tarde de quinta-feira (31), por volta das 16h, na casa onde moravam, no bairro Cidade Nova, minutos antes de fugir do lugar. Os investigadores encontraram dentro do carro que seria utilizado na fuga três ampolas de Ketamina, forte anestésico, e medicamentos sedativos. No salão, alvo de busca e apreensão, foram encontradas diversas ampolas e seringas. 

Contraste - Em apenas 24 horas o irmão de Djidja Cardoso, Ademar Farias Cardoso Neto, saiu do sepultamento da ex-sinhazinha à prisão (Fotos: Paulo Bindá/A CRÍTICA e Junio Matos/A CRÍTICA)

De acordo com o Inquérito Policial (IP), Cleusimar e Ademar Neto seriam os líderes da seita “Pai, Mãe, Vida”. Os dois, de acordo com o IP, seriam auxiliados por Verônica, pela maquiadora Claudiele Santos da Silva, 33 anos, e pelo maquiador e cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas, 29 anos, responsáveis pelo fornecimento e também usuários de Ketamina. A polícia suspeita que a morte de Djidja tenha ocorrido por overdose dessa substância. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) sai em um mês. 

Mãe, filho e a gerente do salão Belle Femme, após as prisões, foram conduzidos ao 1º DIP. Claudiele, acompanhada do advogado, de maneira espontânea se apresentou na unidade policial ainda na noite de quinta-feira (30). Já Marlisson, de forma voluntária, também compareceu à delegacia acompanhado de um advogado nesta sexta-feira (31). Os cinco já foram indiciados pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. 

Momento em que a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso Rodrigues, e Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza, chegam detidas no 1º DIP (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Ademar foi indiciado também pelo crime de estupro. Além desses crimes, o grupo deve responder por colocar em risco a saúde ou a vida de terceiros, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto induzido sem o consentimento da gestante, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. 

Prisões mantidas 

Nesta sexta-feira (31), o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) manteve a prisão preventiva de Ademar, Cleusimar, Verônica e Claudiele. Após a Audiência de Custódia, realizada no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, bairro São Francisco, zona Centro-Sul, o quarteto foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória Masculino e Feminino, localizado no KM 8 da BR-174. Marlisson deve passar pela sessão do judiciário neste sábado (1º). 

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