A cistite intersticial, também chamada de Síndrome da Bexiga Dolorosa, afeta principalmente mulheres e se caracteriza por uma inflamação nos tecidos da bexiga, com causa ainda indefinida.
(Foto: Divulgação)
Uma condição que afeta principalmente mulheres, a cistite intersticial provoca dor intensa e urgência urinária, impactando a qualidade de vida. Entenda os sintomas, desafios no diagnóstico e como buscar tratamento.
Você sente dor ao urinar ou precisa ir ao banheiro com frequência, mesmo sem beber muita água? Já teve a sensação de que sua bexiga nunca consegue se esvaziar completamente? Se essas situações parecem familiares, talvez seja hora de prestar atenção a um problema de saúde ainda pouco conhecido: a cistite intersticial.
A cistite intersticial, também chamada de Síndrome da Bexiga Dolorosa, afeta principalmente mulheres e se caracteriza por uma inflamação nos tecidos da bexiga, com causa ainda indefinida.
Entrevistamos o urologista particular Julio Bissoli, para nos ajudar a entender melhor essa condição, seus sintomas, desafios no diagnóstico e como buscar tratamento.
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Uma das dificuldades no tratamento da cistite intersticial está relacionada à sua causa ainda não bem definida. O urologista esclarece que, até o momento, não se sabe exatamente o que provoca a doença. "A causa é desconhecida, mas acredita-se que seja um problema autoimune ou mediado por uma reação do próprio corpo contra a bexiga. Não temos certeza se um vírus ou alguns tipos específicos de bactérias estão envolvidos, e há uma limitação tecnológica no diagnóstico", acrescenta.
Esse diagnóstico complexo faz com que muitos pacientes sejam inicialmente confundidos com portadores de infecções urinárias de repetição, dificultando a identificação precoce da cistite intersticial.
Sintomas e impacto na qualidade de vida
Pacientes com cistite intersticial apresentam alguns sintomas característicos, como a diminuição da capacidade funcional da bexiga. "As pessoas que têm essa condição geralmente possuem uma bexiga de capacidade muito pequena, que não consegue se distender completamente. A capacidade funcional da bexiga nesses pacientes não pode ultrapassar 200 mililitros sem causar dor intensa", explica o urologista.
A doença também está associada a uma perda da elasticidade da bexiga, o que faz com que o simples ato de armazenar urina se torne extremamente doloroso. Além disso, a necessidade constante de urinar e a dor intensa ao encher a bexiga são sintomas que afetam diretamente a rotina do paciente, exigindo idas frequentes ao banheiro.
O Dr. Julio Bissoli alerta que, devido às limitações tecnológicas atuais, o diagnóstico da cistite intersticial nem sempre é preciso nos estágios iniciais. "Vale a pena conversar com um urologista ao notar os primeiros sintomas, especialmente se houver dor associada à micção frequente, mesmo que ainda não tenha a redução significativa da capacidade da bexiga", recomenda.
O urologista conclui ressaltando a importância de um acompanhamento contínuo para o manejo da doença e para que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida.
A cistite intersticial, embora ainda pouco conhecida, é uma condição séria que exige atenção. Ao surgirem sintomas, procurar orientação médica é essencial para que se inicie o tratamento adequado e para evitar o agravamento da doença.