Bem estar

Saúde integrativa: abordagem que combina práticas tradicionais a terapias complementares

Tal tratamento tem ajudado diversas pessoas a alcançarem a tão desejada qualidade de vida

Gabriel Machado
online@acritica.com
05/10/2024 às 14:21.
Atualizado em 05/10/2024 às 14:21

A saúde integrativa busca tratar a origem das disfunções, não apenas a queixa (Divulgação)

Combinando práticas tradicionais a terapias complementares, a saúde integrativa - abordagem da medicina que considera o paciente como como um todo, e não somente a doença que ele apresenta - tem ganhado força com uma perspectiva holística voltada ao bem-estar. Ao promover essa harmonia entre o corpo, mente e espírito, ela tem ajudado muitas pessoas a encontrarem novos caminhos não somente para a cura, mas, também, para a tão desejada qualidade de vida.

De acordo com a fisioterapeuta e osteopata Giselle Negreiros, especialista em medicina tradicional chinesa, a saúde integrativa busca tratar a origem das disfunções, não apenas a queixa.

"Esse é o principal diferencial da abordagem tradicional. Para isso, inclui os aspectos mentais, emocionais, energéticos, espirituais e sociais da vida do paciente. Compreendendo que 'o todo' contribui tanto para o adoecimento, quando em desequilíbrio, como para a prevenção, recuperação e promoção da saúde, quando positivamente estimulado".

Giselle realiza algumas das terapias complementares mais utilizadas na atualidade, como: osteopatia, reiki, microfisioterapia e práticas da medicina chinesa, como acupuntura, auriculopuntura e fitoterapia energética chinesa - todas voltadas aos corpos físico e energético.

"Além das abordagens terapêuticas para saúde emocional, com hipnoterapia clínica, a terapia americana PSYCH K, terapia sistêmica, que é a base dos estudos das constelações familiares, leitura biológica e medicina germânica. Todas essas ajudam o paciente com a leitura de sintomas, estratégias de enfrentamento, resolução subconsciente de conflitos. A visão Integrativa da saúde acredita no poder inato do corpo de se autocurar e se autorregular, e isso pode ser favorecido a partir dos estímulos adequados", completou a especialista.

Evolução

Conforme Giselle, por muito tempo, pensava-se que os conteúdos emocionais ficavam restritos somente à mente e, hoje, é de conhecimento comum que emoções surgem a partir do corpo ou se instalam nele.

"Assim, traumas emocionais ou eventos estressantes, não só físicos, ficam 'aprisionados' no corpo. Quer dizer, então, que o corpo é um grande armazenador. A memória deixou de ser uma exclusividade cerebral e passou a ser dividida com o corpo, ou seja, surge a Memória Tissular, os processos de somatização. Toda experiência vivida com grande liberação de cortisol tem o poder de desregular o corpo. O hormônio cortisol tem uma função emocional de registro e recordação de aspectos e eventos estressantes no cérebro", explicou a especialista.

"Dessa forma, você pode adaptar sua reação se encontrar a mesma situação novamente. Mas o que acontece, na maior parte das vezes, é que o evento termina, mas continuamos a secretar hormônios do estresse para lidar com uma ameaça que não existe mais. Essa liberação excessiva de hormônios é tóxica para o sistema nervoso. Nossa capacidade de autorregulação e manutenção do equilíbrio fica danificada. Nossa capacidade de processar informações corretamente e raciocinar diminui bastante. Emoções intensas impulsionam nossas reações; reagimos de forma reflexa e impulsiva. Essa é a origem do sentimento generalizado de mal-estar e ansiedade", acrescentou Giselle.

Ela reforça que estudos apontam a necessidade das práticas que ajudam o paciente na tomada de consciência das próprias sensações e, para que um indivíduo esteja em contato consigo, é necessário a ativação da ínsula anterior - área fundamental do cérebro responsável pela sensação que cada um tem do próprio corpo e de si mesmo. 

"Por isso, as práticas de respiração terapêutica, movimentos corporais e meditação promovem a tolerância e a integração dos estados sensoriais e emocionais profundos, antes danificados pelo estresse", frisou.

Relatos

Com 12 anos de prática clínica, Giselle revela que muitos casos interessantes já passaram pelas suas mãos.

"O mais recente foi o de uma paciente de 27 anos com dor muscular crônica, pontos gatilhos musculares, baixo rendimento profissional, labilidade emocional fazendo uso de fluoxetina e clonazepam há dez anos, além do uso diário de medicamentos para dor", descreveu.

A principal queixa da paciente, segundo Giselle, era dor muscular. "Comecei com osteopatia para tratar disfunções vertebrais e articulares. Na segunda etapa, comecei técnicas para regulação do sistema nervoso, pois é ele quem governa músculos e é responsável pela hipertonia muscular que a deixava tensa, contraturada e fazia os pontos gatilhos musculares dolorosos", relatou a especialista.

Hoje, a dupla segue tratando. Desta vez, o responsável por comandar o sistema nervoso: a mente subconsciente, através de terapias como hipnose clínica e microfisioterapia. "Nessa fase, estamos liberando do subconsciente as agressões físicas vividas na infância. O corpo físico tem recebido isso muito bem", pontuou Giselle.

A paciente em questão iniciou o desmame das medicações controladas já no quinto atendimento e hoje, dois meses depois, não faz uso nem de analgésicos. "Nossas consultas nessa fase são de manutenção a cada 21 dias com possibilidade de espaçamento desse intervalo", finalizou.

Orientações

A quem tiver interesse em explorar a saúde integrativa, Giselle dá alguns conselhos. "Oriento práticas de autoconhecimento e saúde emocional, como leituras sobre as próprias emoções, estudando-as e as questionando no corpo. Indico a meditação terapêutica como método de integração e percepção emocional, oriento as técnicas de respiração e relaxamento para a propriocepção de como as emoções e sintomas físicos acontecem surgem no corpo físico e, claro, oriento a busca por auxílio profissional com uma visão holística para aprender a causa das dores e emoções persistentes e limitantes. O auxílio adequado criará estratégias de enfrentamento e resposta biológica adequada ao estresse com métodos terapêuticos minimamente invasivos", concluiu.

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