Nem sempre uma pessoa musculosa é uma pessoa forte. Em se tratando de força física, é importante focarmos na qualidade dos músculos
(Foto: Divulgação)
Quando imaginamos uma pessoa forte, visualizamos um corpo definido e extremamente musculoso - porém, nossa musculatura não funciona desta forma. É importante termos em mente que dois fatores impactam, diretamente, na força física: a quantidade e a qualidade de seus músculos, o que chamamos de qualidade muscular.
"A qualidade muscular se refere à combinação de fatores que determinam a eficácia e a funcionalidade dos músculos. Esses fatores incluem: composição muscular, força, resistência, elasticidade, capacidade de recuperação e controle neuromuscular", explicou a personal trainer Soraya Machado ao VIDA & ESTILO deste sábado (27).
De acordo com ela, a qualidade muscular não é sinônimo de ter muitos músculos ou ter músculos muito volumosos. "Trata-se de uma característica relacionada à força muscular e à capacidade dessas estruturas, que influenciam na nossa qualidade de vida e no desempenho de diversas atividades", completou a profissional.
Vale reforçar que a relação entre quantidade e qualidade muscular é complexa e multifacetada, envolvendo interações entre a massa muscular total (quantidade) e a eficiência funcional dos músculos (qualidade).
"Enquanto aumentar a quantidade muscular é benéfico, especialmente para a força, a qualidade muscular é essencial para a funcionalidade, eficiência, resistência a lesões e desempenho geral. Um programa de treinamento equilibrado deve focar tanto no aumento da massa muscular quanto na melhoria da sua qualidade", acrescentou a personal.
Força física
A força física é influenciada por diversos fatores interrelacionados, que podem ser classificados em [fatores] musculares, neuromusculares, biomecânicos, fisiológicos, genéticos e ambientais. Alguns exemplos são: tamanho e composição muscular, controle neuromuscular, fatores bioquímicos e fisiológicos, composição corporal e fatores genéticos, entre outros.
"A qualidade muscular é definida por várias características que influenciam a eficiência, funcionalidade e saúde dos músculos. As principais características que definem a qualidade muscular incluem: força e resistência muscular, composição muscular, flexibilidade e elasticidade, capacidade de recuperação, controle neuromuscular, vascularização e metabolismo muscular, para citar algumas", listou Soraya.
Dicas
Para adquirir qualidade muscular - ou seja, músculos bem definidos e funcionais -, é importante seguir uma rotina de treinamento que combine diversos tipos de exercícios como: treinamento de força (musculação) com exercícios compostos (multiarticulares) e exercícios isolados; treinamento de hipertrofia (carga progressiva e séries e repetições); treinamento funcional (com exercícios que imitem movimentos do dia a dia); treinamento de alta intensidade (HIIT) (treino intervalado) com curtos períodos de exercício intenso, seguidos de descanso ou exercício de baixa intensidade; treinamento de core (como prancha e abdominais); e treinamento de Resistência (usando bandas elásticas e peso livre).
Além disso, Soraya lembra que fatores externos, como alimentação e qualidade de vida, também interferem na aquisição da qualidade muscular. "É importante ter uma dieta rica em proteínas, carboidratos de qualidade e gorduras saudáveis para a recuperação e o crescimento muscular. O tempo de recuperação também é vital, pois os músculos crescem durante o descanso, não durante o treino".
Ter uma boa higiene do sono e se manter hidratado são igualmente fundamentais. "E não menos importante, devemos ter consistência e paciência!! Resultados significativos na qualidade muscular exigem tempo e dedicação. Manter uma rotina consistente de treino e hábitos saudáveis é crucial para alcançar e manter os objetivos musculares. Devagar e sempre! Entender que tudo é um processo, 'apreciar a vista', entender que o imediatismo pode não levar à nada ou, ainda, resultar em frustração", finalizou a personal.