Já ouviu dizer que o intestino é o segundo cérebro? Isso porque o intestino humano é a parte do corpo que abriga a maior quantidade de neurônios fora do cérebro.
(Foto: Imagem gerada por IA. Canva Pro)
Eu sei, setembro amarelo já passou, mas na minha opinião não existe um mês apenas para falar de saúde mental. Todo dia é dia. Você deve estar se perguntando “O que esse assunto tá fazendo na Quarta Fit? Saúde mental não é coisa de psicologia? O que tem a ver com fitness?” Então, frangolino, aparentemente existe uma relação direta entre a saúde intestinal e a saúde mental, pois tudo o que comemos impacta diretamente nosso corpo e nossa mente. Achou confuso? Vem que eu te explico.
Enxergamos o intestino como o lugar de onde vem as fezes, mas ele é muito mais que isso.
Já ouviu dizer que o intestino é o segundo cérebro? Isso porque o intestino humano é a parte do corpo que abriga a maior quantidade de neurônios fora do cérebro. Esses dois órgãos estão intimamente conectados, uma vez que o intestino se comunica diretamente com o encéfalo por meio do nervo vago. Doenças como depressão, ansiedade, câncer, autismo e Parkinson parecem estar relacionadas com o intestino, pois tudo que acontece no corpo, o cérebro é informado e, embora seja uma ciência nova, os estudos estão cada vez mais próximos de nos mostrar o que realmente podemos comer para ter saúde física e mental, ao mesmo tempo.
De forma básica, podemos dizer que tudo começa no esôfago, que é o órgão responsável por transportar os alimentos até o estômago, depois de lá o alimento passa para o intestino delgado, o que sobra vai para o intestino grosso (conhecido como cólon) e o que de fato não precisamos sai pelo reto intestinal, também conhecido como ânus. E assim, relembramos o que estudamos em biologia lá no ensino fundamental. Mas o que a microbiota intestinal tem a ver com o cérebro e as doenças mentais?
Cérebro x Intestino
A relação íntima entre o cérebro e o intestino tem um impacto importante na saúde mental. Pesquisas indicam que a microbiota intestinal é essencial na produção de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que são fundamentais para o humor e o bem-estar emocional. Assim, um equilíbrio na microbiota pode ajudar a prevenir problemas mentais, como ansiedade e depressão, melhorando a qualidade de vida emocional.
Um estudo publicado recentemente no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, afirma que pesquisas recentes mostram de forma clara a interação bidirecional entre o intestino e o cérebro, ressaltando a importância fundamental da microbiota na regulação de processos neurobiológicos. Essa compreensão transforma a abordagem tradicional, superando a visão fragmentada dos sistemas e enfatizando a ideia de que o corpo é um todo interconectado.
O corpo humano abriga milhões de microrganismos, com a maioria deles morando no intestino. A microbiota intestinal, que inclui uma variedade de microrganismos (não apenas bactérias), vive no trato gastrointestinal e desempenha várias funções essenciais, podendo impactar a saúde ao afetar o metabolismo, o sistema imunológico e a produção hormonal. Estudos recentes têm mostrado que essa microbiota também pode influenciar a saúde mental, já que existe uma conexão direta entre o intestino e o cérebro.
Essa conexão ocorre através do eixo intestino-cérebro, uma via de comunicação bidirecional que envolve hormônios, células imunes, moléculas microbianas, neurotransmissores e neuromoduladores. Ou seja, é necessário ter uma boa saúde do intestino para evitar patologias físicas e mentais.
Como melhorar a saúde da microbiota intestinal?
Existem alimentos que são indispensáveis para a manutenção da saúde intestinal, como afirma Mikael Cabral, nutricionista clínico-esportivo. “Quanto mais variada for a sua dieta, melhor. A inclusão de alimentos fermentados, como iogurtes e outros prebióticos auxiliam a flora intestinal, assim como as enzimas digestivas das frutas, cereais e leguminosas que também contém fibras”, apontou o nutricionista. Ou seja, uma dieta rica em frutas, fibras e iogurtes já pode deixar sua microbiota intestinal bem mais saudável.
Porém, assim como existem alimentos bons para a microbiota, existem produtos alimentícios ruins e que prejudicam tanto o intestino quanto o cérebro, exemplo disso são os ultraprocessados, como ainda afirma o nutricionista. “Principalmente alimentos industrializados, como os ultraprocessados, que contém glutamato monossódico, um realçador de sabor utilizado para tornar o produto hiper palatável e que nos deixa ‘viciados’ no sabor. Alguns estudos já mostraram piora de quadros de TDAH e ansiedade justamente por conta deste ingrediente”, alertou Mikael.
Beleza, já entendemos o que é microbiota, a relação que existe entre ela e o cérebro, o que comer e o que não comer para ter uma boa saúde intestinal, agora vai de você colocar esse conhecimento em prática. Claro que a alimentação sozinha não vai resolver todos os seus problemas, mas ela certamente irá reduzir diversos sintomas físicos e até mentais. Aliar boa alimentação à atividade física irá potencializar seus resultados de saúde, não tenha dúvidas. Mas, como estamos falando também de saúde mental, sempre é bom lembrar de procurar um profissional de saúde mental para te ajudar a encontrar o caminho correto para sua vida. Se cuide, frangolino e, se precisar, peça ajuda!