Condição silenciosa pode levar a cirrose e até câncer. Especialista destaca prevenção com mudanças no estilo de vida e diagnóstico precoce
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O acúmulo excessivo de gordura no fígado, conhecido como esteatose hepática, é uma condição silenciosa e perigosa que afeta milhões de brasileiros. De acordo com a médica gastrohepatologista da FMT-HVD, Dra. Arlene Pinto, a doença pode levar a complicações graves, como inflamação do fígado, cirrose, insuficiência hepática e aumento do risco de câncer, se não for diagnosticada e tratada precocemente.
Segundo ela, sua ocorrência está mais relacionada à hábitos de vida pouco saudáveis e excesso no consumo de bebida alcoólica. As principais causas incluem distúrbios do metabolismo, como obesidade, diabetes e pré-diabetes. “No entanto, também pode ocorrer em decorrência de doenças no próprio órgão, como algumas formas de hepatite (hepatite C), toxicidade hepática por drogas, o consumo excessivo de álcool, etc.”, esclarece Pinto.
Médica gastrohepatologista da FMT-HVD, Dra. Arlene Pinto.
Entre os fatores de risco para esteatose hepática não alcoólica, estão: obesidade, sobrepeso, diabetes, sedentarismo, má alimentação, colesterol alto, hipertensão arterial e uso de medicamentos.
Os sintomas dependem do comprometimento do fígado e da sua reserva funcional. De acordo com Dra. Arlene, “alguns pacientes podem referir dor ou desconforto na parte superior do abdômen, perda de apetite e sensação de cansaço e fraqueza frequentes”.
O diagnóstico da doença combina exames de imagem laboratoriais. “A análise é feita através de exames de imagem (ultrassonografia, elastografia transitória, tomografia computadorizada e ressonância magnética), exames laboratoriais (avaliam a função hepática e causas subjacentes como diabetes e hepatite viral) e a biópsia do fígado (padrão ouro, porém reservada aos casos graves)”, explica a médica.
Mudanças no estilo de vida podem prevenir ou controlar a doença. Conforme afirma Pinto, “atividade física regular, perda de peso e uma dieta balanceada são fundamentais para evitar a progressão, e até promovem a regressão da doença”.
A esteatose hepática não possui um tratamento medicamentoso específico. Contudo, medicamentos como sinvastatina, metformina e levotiroxina podem ser utilizados para tratar condições associadas. A reversibilidade da doença é um fator positivo. A Dra. Arlene enfatiza inclusive que "a prática de atividades físicas aumenta a ação da insulina, reduzindo automaticamente o acúmulo de gordura no fígado”.
Portanto, adote um estilo de vida saudável e proteja seu fígado para garantir um futuro livre de complicações. Mudanças simples e diagnóstico precoce podem inclusive prevenir complicações graves.