De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de pessoas vivem com o vírus no Brasil
A campanha Dezembro Vermelho marca um momento de conscientização e combate ao HIV. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de pessoas vivem com o vírus no Brasil, o que reforça a importância de ações enfáticas na prevenção e no acesso aos testes rápidos, que permitem a detecção da infecção em poucas semanas.
Com estratégias personalizadas, o Dezembro Vermelho busca não somente informar sobre a relevância dos exames, mas também desmistificar preconceitos e promover a saúde sexual de forma responsável e inclusiva.
“Isso nos remete a minimizar os danos no aumento da infecção pelo vírus do HIV, bem como diminuir o preconceito social que, infelizmente, segue arraigado na sociedade”, corroborou a médica infectologista Carolina Queiroz ao VIDA & ESTILO.
A especialista lembra que, no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada, é viável a testagem para HIV, sífilis e hepatites virais em pessoas ativas sexualmente e também naquelas expostas a risco de infecção - que tiveram relação sexual sem o uso de preservativos ou foram vítimas de abuso e acidentes com materiais contaminados.
“Vale lembrar que a testagem nas unidades básicas de Saúde [UBS] é de livre demanda em horário comercial, sem a necessidade de agendamento, o que facilita a acessibilidade”, acrescentou a infectologista.
Izabella Safe recomenda que pessoas sexualmente ativas incluam testes de HIV na rotina, uma vez que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno proporcionam qualidade de vida
Prevenção
Um dos pilares do Dezembro Vermelho é a prevenção. Atualmente, existem diversos métodos disponíveis, que vão desde a tradicional camisinha à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), medicamento que previne a infecção do HIV.
“Existem diferentes formas de se prevenir contra o HIV, e a mais conhecida é o preservativo, que é um excelente método de prevenção contra o vírus e outras infecções sexualmente transmissíveis. Mas ele não é um método que alcança 100% das pessoas, 100% das vezes”, ponderou a também infectologista Izabella Safe.
“Então, nós precisamos também falar sobre outros meios de prevenir o HIV. Existe a Profilaxia Pré-Exposição Sexual, a PrEP, e a Profilaxia Pós-Exposição Sexual, a PEP. A PrEP é como se fosse um anticoncepcional do HIV e a PEP é como se fosse a pílula do dia seguinte do HIV. É importante que a gente fale sobre todas as formas de se prevenir contra o vírus, para que cada indivíduo escolha o método que melhor lhe convém ou, até mesmo, combine métodos”, completou a especialista.
Eficiência
Apesar do aumento no número de pessoas que vivem com o HIV, o Brasil tem registrado uma queda no coeficiente de mortalidade resultado pelo vírus, na última década - o que mostra a eficiência e a importância do Dezembro Vermelho.
Em 2022, por exemplo, o Ministério da Saúde registrou 10.994 óbitos tendo o HIV ou aids como causa básica, 8,5% menos do que os 12.019 óbitos registrados em 2012.
“É importante que as pessoas sexualmente ativas incluam testes de HIV na rotina, uma vez que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno proporcionam qualidade de vida. Existem diferentes tipos de testes de HIV e eles podem ser feitos no serviço público ou privado. Um dos testes é o autoteste. A própria pessoa realiza se assim desejar”, lembrou Izabella.
A infectologista Carolina Queiroz lembra que, no SUS, é viável a testagem para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis
Autotestes
Um dos aliados na detecção precoce do HIV é o autoteste. Como o nome indica, o exame é realizado pela própria pessoa, de forma simples e segura. “São testes que, através de uma gota de sangue, de uma picada no dedo, são capazes de identificar o vírus do HIV. São exames eficazes que contêm manuais fáceis, com resultados rápidos e confidenciais, a fim de manter a privacidade”, finalizou Carolina Queiroz.