Saúde

Controle glicêmico também deve ser feito por pessoas não-diabéticas, dizem especialistas

O descontrole glicêmico pode levar a uma série de complicações, desde fadiga e alterações de humor até doenças crônicas mais graves

Gabriel Machado
25/01/2025 às 14:46.
Atualizado em 25/01/2025 às 14:48

A alimentação e o estilo de vida surgem como importantes fatores de risco para o aumento de glicose no sangue (Reprodução)

A glicose é frequentemente associada ao diabetes, mas a verdade é que seu controle é crucial para todos, independentemente do histórico de saúde. Embora muitas pessoas pensem que a gestão dos níveis de glicose seja uma preocupação exclusiva dos diabéticos, essa visão ignora o papel vital que esse açúcar simples desempenha em nosso corpo.

O descontrole glicêmico pode levar a uma série de complicações, desde fadiga e alterações de humor até doenças crônicas mais graves. Com isso em mente, o VIDA & ESTILO conversou com especialistas no assunto, que reforçaram a importância de manter a vigilância sobre os níveis glicêmicos.

“Quando comemos, os níveis de glicose [açúcar] aumentam no sangue e, para o organismo, não é vantajoso ter glicemia [quantidade de glicose no sangue] alta, porque isto pode danificar pequenos vasos e alterar as proteínas teciduais”, destacou o endocrinologista Mário Quadros.
“O próprio organismo libera, do pâncreas, a insulina, utilizada para baixar essa glicemia”, completou o especialista.

Conforme Mário, ingestão abusiva de carboidratos e bebidas alcoólicas podem elevar a glicemia em até 160 mg/dL - sendo o normal até 99 mg/dL. “O uso de alguns medicamentos também podem elevar a glicemia, como o grupo dos corticóides e alguns diuréticos, como a hidroclorotiazida”, acrescentou.

Estilo de vida

A alimentação e o estilo de vida surgem como importantes fatores de risco para o aumento de glicose no sangue. Por isso, é importante seguir à risca algumas práticas. “A dieta equilibrada com seis colheres de sopa de carboidratos por refeição [arroz, batata, feijão etc.] é, em média, o necessário para um homem adulto de 70 a 80 kg”, indicou Mário.

“A pessoa pode ingerir, também, um pão de 50 g pela manhã. A atividade física regular de 150 minutos por semana [30 minutos por dia consome, através dos músculos, o excedente de açúcar e, claro, a musculação consome mais ainda”, concluiu o endocrinologista.

Sinais

O médico clínico geral pós-graduado em Nutrologia, Thales Stein Schincariol, alerta para os primeiros sinais que podem indicar descontrole da glicose. “O primeiro deles é o aumento de peso. (...) Então, nos exames, você começa, primeiro, a ter um aumento dos triglicerídeos, começa a ter uma dificuldade maior para controlar o peso e, clinicamente falando, dores de cabeça, muita sede, começa a despertar à noite para fazer xixi”, frisou.

De acordo com Thales, a sensação de cansaço e fadiga, aliada à uma maior procrastinação, pode indicar que o paciente não esteja conseguindo gerar energia suficiente, aumentando os níveis de glicose.

Existem exames recomendáveis para pessoas não-diabéticas monitorem sua glicose - prevenindo, assim, possíveis problemas de saúde no futuro.

“Os exames que a gente recomenda são os exames simples, que é a glicemia de jejum; a hemoglobina glicada, ou seja, para vermos o quanto de açúcar tem em excesso no corpo, que vai colando nas células; e, principalmente, um exame um pouco mais difícil, mais raro da gente ver na rotina [de exames], que é o teste de insulina. Esses três são os principais”, listou o clínico geral.

Além deles, há o triglicerídeos, que possibilita ao médico analisar o perfil de reserva de glicose.

Para aquelas pessoas que visam melhorar a saúde metabólica, a fim de evitar complicações futuras, Thales orienta buscar ajuda de um profissional, seja ele nutricionista, nutrólogo ou personal trainer. “A gente não foge do básico. É importante dormir bem, se alimentar bem, ter uma dieta coerente e compatível com os seus hábitos de vida, tirando os excessos”, ressaltou.

Tudo isso aliado, é claro, à atividade física. “Exercícios físicos, uma boa alimentação, um bom sono e se hidratar bem, não tem erro. Você vai se sentir bem e vai evitar complicações como diabetes ou qualquer outra doença metabólica”, encerrou.

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