PERDA DA VISÃO

Catarata pode levar à cegueira e surge, principalmente, a partir dos 55 anos

Especialista explica como prevenir e evitar a perda da visão

acritica.com
20/09/2024 às 19:56.
Atualizado em 20/09/2024 às 19:56

Além de ser uma das principais causas de cegueira evitável no mundo, a catarata também está entre as três principais causas de cegueira no Brasil, ao lado do glaucoma e da retinopatia diabética. 

É considerada cegueira evitável porque a cura para a catarata consiste em uma cirurgia que dura entre 15 e 20 minutos. No início de 2024, a cirurgia de catarata estava no topo da fila de espera por cirurgias eletivas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.

A oftalmologista e  vice-presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR) e proprietária da Clínica Iluminar Oftalmologia, Dra. Leila Gouvea, alerta para cuidados que podem prevenir o aparecimento precoce e o agravamento da catarata.

“O que a gente recomenda, até para retardar o aparecimento da catarata, é que sempre que possível, proteja seus olhos. Use óculos escuros de proteção ultravioleta, que reduz a exposição de raios ultravioleta. Ainda mais aqui no Amazonas, que a incidência de sol é muito alta”, orienta Gouvea.

Envelhecimento do cristalino

A catarata é a opacidade da lente natural do nosso olho, o cristalino. Nascemos com a essa lente transparente e, geralmente, entre 55 e 60 anos de idade, ela começa a embaçar, diminuindo a passagem de luz para a retina, onde é processada a visão.

“Por isso, a causa mais comum de catarata é o envelhecimento do cristalino, ou seja, é a idade levando ao embaçamento da nossa lente natural. Claro que com variação: tem gente em que aparece mais cedo e gente em que aparece mais tarde. Varia de um caso para outro”, esclarece Gouvea.

Tipos de catarata

A vice-presidente da ABCCR explica que existem vários tipos de catarata, e que a principal e mais comum é a catarata senil, aquela que ocorre com o envelhecimento do cristalino. Outros tipos também comuns são a traumática, que pode ser causada por um trauma no olho; a catarata secundária, causada, por exemplo, por uma inflamação intraocular que ocasiona o embaçamento do cristalino; e a catarata congênita, que é importante que seja tratada logo nos primeiros meses de vida para que a criança possa desenvolver a visão. 

Tratamento

O tratamento da catarata é apenas cirúrgico. Não existe outro tipo de tratamento que vá desembaraçar a lente intraocular natural do olho, o cristalino.

“A gente fala sempre que a catarata não é uma doença, é um processo que a gente sofre. Assim como o nosso cabelo fica branco, nós vamos criando rugas no rosto, o nosso cristalino vai embaçando, diminuindo a visão. Então, temos que substituí-lo por uma lente intraocular artificial”, explica a especialista.

Sobre a cirurgia

A substituição do cristalino é feita por uma lente intraocular artificial, que dependendo da condição geral do olho do paciente, pode ser trifocal, permitindo corrigir a visão para todas as distâncias: perto, intermediária e longe.

A cirurgia de catarata é totalmente tecnológica. Hoje, o que há de mais moderno é a cirurgia auxiliada pelo sistema de imagem em 3D. 

“Existe uma câmera acoplada no microscópio que captura a imagem no olho do paciente, projeta numa TV de 65, 70 polegadas e o cirurgião opera olhando para essa televisão, onde ele tem uma percepção de detalhe muito maior do que se estivesse olhando direto para o olho do paciente, porque é uma imagem digital”, conclui.

O paciente volta a enxergar em poucos dias, seguindo corretamente o processo de recuperação.

Sobre a especialista

Dra. Leila Gouvea quebrou paradigmas na oftalmologia brasileira, não apenas em relação a gênero, mas, também, no que tange à questão regional.  A especialista foi a primeira mulher a operar catarata no Brasil pelo sistema de facoemulsificação e, também, a primeira oftalmologista mulher do Amazonas a disseminar técnicas de cirurgia de catarata em outros estados.

“Na época, nós éramos uma equipe bem pequena, 8 a 10 cirurgiões no Brasil inteiro, que faziam a moderna cirurgia de catarata, e aí a gente começou a andar pelo Brasil, para ensinar os outros colegas. Isso foi um crescimento muito bacana que houve no Brasil.” Relembra Gouvea.

Leila Gouvea é proprietária da Clínica Iluminar Oftalmologia e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa. Atualmente, tem participado como palestrante de vários eventos no Brasil e, recentemente, em Barcelona.

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