SAÚDE

Câncer de intestino: como identificar o terceiro tipo de tumor mais comum no país

Especialista em Gastroenterologia e em Comunicação Neurointestinal e Microbiota, Lorena Corrêa de Moraes dá detalhes sobre doença que bateu recorde de internações em 2022

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28/03/2023 às 09:45.
Atualizado em 28/03/2023 às 09:45

Tumor maligno que surge a partir da multiplicação desordenada das células do cólon e reto, o câncer de intestino – também chamado de câncer colorretal ou do cólon e reto – causa preocupação a cada ano. Ao longo de 2022, em média, 265 brasileiros foram internados diariamente no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta de complicações relacionadas à doença, o maior patamar em dez anos.

Foram 97.245 internações em todo país, conforme dados da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Nesse cenário, o diagnóstico precoce é a melhor forma de combater a neoplasia, por aumentar as chances de intervenção e cura.

Especialista em Gastroenterologia e em Comunicação Neurointestinal e Microbiota, Lorena Corrêa de Moraes afirma que, quando tumor é inicial, em geral, o paciente não costuma apresentar sintomas ou são poucos e inespecíficos, por isso a necessidade de iniciar o rastreio de todos a partir dos 45 anos de idade. Contudo, há alguns sinais que podem gerar desconfiança da incidência da doença, como sangramento nas fezes, anemia, emagrecimento, fraqueza, alteração do hábito intestinal, fezes em fita, massa abdominal palpável.

De acordo com ela, dois exames são essenciais para identificar o câncer colorretal: a colonoscopia e a análise histopatológica.

“A colonoscopia avalia o intestino grosso – parte final do intestino que se inicia após o intestino delgado e se estende até o reto –, com uma técnica semelhante à endoscopia. Já a análise histopatológica auxilia na detecção dos subtipos das possíveis lesões existentes. Por meio desses exames em associação que se identifica o tipo de câncer”, pontua.

A previsão, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é que mais de 45 mil novos casos de câncer de intestino no Brasil sejam contabilizados no triênio de 2023 a 2025. De acordo com a entidade, o risco estimado é de 21.970 novos casos entre homens e 23.660 entre mulheres.

Lorena reforça de que é importante que a população saiba que, após os 45 anos, todos precisam realizar a colonoscopia, mesmo assintomáticos, ou seja, sem sintomas. “Caso exista histórico familiar positivo para câncer, o rastreio inicia 10 anos antes da idade do diagnóstico do familiar. E, se o paciente tiver algum fator de risco, como doença inflamatória intestinal, constipação crônica ou outras doenças crônicas, é necessário consultar o especialista”, salienta.

Mudanças de Hábitos

A médica detalha que alguns fatores de risco podem contribuir para o surgimento do câncer colorretal, como fumar, consumir bebidas alcóolicas e alimentos ricos em gorduras saturadas, ter uma vida sedentária e obesidade. De acordo com ela, é preciso rever hábitos para prevenir a doença.

“Manter o estilo de vida saudável, com prática de atividade física mais inserção de fibras nas alimentações. Diminuir o consumo de carne vermelha e processados. Evitar obesidade e tabagismo. Manter hábito intestinal regular diário. Iniciar o rastreio de doença na idade adequada. Seguir essas dicas é essencial para se precaver contra esse tipo de câncer, bem como outras doenças”, enfatiza.

Nos casos em que a prevenção não foi observada, o diagnóstico precoce é necessário para dar início ao tratamento, sendo que antes é avaliado se o câncer está apenas no órgão de origem ou se já houve metástase (quando as células cancerígenas vão para outras partes do corpo). Durante as etapas de tratamento, segundo a especialista, o paciente com câncer colorretal é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta de gastroenterologista, cirurgiões, oncologistas clínicos, psicólogos, oncogeneticistas e nutricionista.

“Nosso propósito é dar todo o apoio que esse paciente necessitará nas suas próximas etapas de tratamento, independente do seu estadiamento. Isso tudo para que ele consiga o melhor resultado, ou seja, a cura. E, se isso não for possível, que consigamos lhes dar conforto”.

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