Com co-autoria de Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAAM, a publicação lista práticas indígenas que ajudam a proteger a floresta
Criadores da “terra-preta” são reconhecidos no artigo “Indigenização da ciência de conservação para uma Amazônia sustentável” em tradução livre. (Foto: Divulgação)
Criadores da “terra-preta”, sistemas agroflorestais e protetores de 27% da Amazônia, povos indígenas são reconhecidos como especialistas em biodiversidade e conservação da floresta no artigo “Indigenização da ciência de conservação para uma Amazônia sustentável” em tradução livre, publicado na revista Sciencie neste mês de dezembro.
Com co-autoria de Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), a publicação lista práticas indígenas que ajudam a proteger a floresta e propõe que conhecimentos originários devem ser inseridos no processo científico. Esse reconhecimento reforça que a ciência incorpora conhecimentos indígenas na conservação para construir estratégias mais eficazes e alinhadas à realidade da Amazônia.
A publicação reforça que soluções de conservação ambiental que desconsideram saberes indígenas, frequentemente, geram resultados ineficazes a longo prazo e desrespeitam os direitos da natureza.
Admitindo que a ciência ambiental tem, historicamente, ignorado ou se apropriado de conhecimentos originários, o artigo argumenta que é preciso romper com este padrão e dialogar com especialistas indígenas para inserir princípios milenares presentes em culturas indígenas. Ao adotar esse novo paradigma, a ciência incorpora conhecimentos indígenas na conservação de forma ética e colaborativa, valorizando práticas ancestrais.
“Por muito tempo, a Ciência ocidental percebeu a conservação como o isolamento da floresta e dos seres humanos, nos saberes tradicionais e indígenas, costumes de respeito e negociação com a natureza estão enraizados em sua cultura e espiritualidade. Para romper processos de degradação e destruição da floresta, a ciência precisa olhar para os saberes indígenas e construir abordagens mais plurais e eficazes”, explica Alencar.