POSSÍVEL APOIO

Wilson Lima caminha para apoiar Alberto Neto no segundo turno

Governador considera conversas da campanha e alinhamento a Bolsonaro

Waldick Júnior
online@acritica.com
07/10/2024 às 15:24.
Atualizado em 07/10/2024 às 16:55

(Foto: Reprodução/Internet/Arquivo)

Nas primeiras 24 horas após o resultado da eleição municipal de Manaus, os sinais são de que o governador Wilson Lima (União) deve caminhar com Alberto Neto (PL) no segundo turno do pleito. O bolsonarista obteve 24,94% dos votos, atrás do atual prefeito, David Almeida (Avante), com 32,16%. O candidato do governador, Roberto Cidade (União), terminou em quarto lugar na corrida, com 17,01% dos votos.

Publicamente, as manifestações de Alberto Neto e David Almeida têm sido de cautela quanto a um apoio de Wilson Lima. Em entrevista à TV A Crítica, logo após a eleição no domingo (6), o bolsonarista foi comedido nas palavras ao ser questionado sobre a possível aliança, mas ressaltou que ambos estão no mesmo espectro político. 

“Eu tenho um time político, que é o time Bolsonaro. Lá atrás, nós estávamos divididos. Era o Eduardo Braga com o Lula e o Wilson Lima abraçou o Bolsonaro, então fizemos essa divisão. A política tem esse dinamismo, mas a população sabe que meu time é da direita, conservador, do Bolsonaro”, disse.

Alberto Neto já era considerado um nome de interesse de Wilson Lima ainda na pré-campanha. Em junho, o governador tentou convencer o bolsonarista a ser vice na chapa de Roberto Cidade, mas não deu certo. No mês seguinte, ele foi até Brasília (DF) acompanhado do presidente estadual do PL, Alfredo Nascimento, e tratou da pauta com Jair Bolsonaro, mas o ex-presidente disse que a conversa teria de ser com Alberto Neto. 

Uma fonte do PL, próxima ao candidato bolsonarista, afirmou para A CRÍTICA que uma nova reunião teria acontecido no último dia 28 de setembro, quando Jair Bolsonaro esteve em Manaus. O encontro, realizado no barco onde o ex-presidente ficou hospedado, reuniu Alfredo Nascimento, Alberto Neto e, por videochamada, Wilson Lima. O candidato do governador, Roberto Cidade, não estava presente.

“Eles se reuniram e acordaram que a chapa que perdesse apoiaria a outra. Então, se fosse o Alberto Neto a ir para o segundo turno, o governador e o Cidade estariam ao lado dele”, afirmou o correligionário do partido. 
Apesar do episódio, aliados de Alberto Neto dizem que o momento agora é de definir detalhes do possível apoio. Isso porque a candidatura de Roberto Cidade uniu sete partidos (União Brasil, Republicanos, PSB, Podemos, PMB, Progressistas e PRB), que também devem entrar nas conversas. 

Para Wilson Lima, o cálculo é o de se manter no espectro bolsonarista, com o qual deseja contar caso se candidate a uma vaga para o Senado da República, em 2026. O governador já está no segundo mandato e o caminho natural dos chefes do Executivo estadual é mirar o posto de senador. 

Logo após o anúncio do resultado do primeiro turno, David Almeida falou sobre a possível aliança para a TV A Crítica e não negou que poderia conversar com Wilson Lima, mas já pontuou que não sabia se o governador “poderia”.

Menos de 24 horas depois, já na manhã desta segunda-feira (7), o posicionamento mudou em entrevista à TV Norte. “Administrativamente, não tem problema nenhum o diálogo com o governador, mas ele certamente vai apoiar o Alberto Neto. O Alberto não vai ser o candidato do Bolsonaro, vai ser o candidato do Wilson Lima. E vai tentar esconder o Wilson, mas as estruturas do governo vão trabalhar a favor de Alberto Neto”, comentou.

Os dois fizeram parte da mesma aliança na eleição de 2022, que reelegeu Wilson Lima. David Almeida indicou o vice-governador Tadeu de Souza, seu aliado. Já em 2024, o governador condicionou apoiar o atual prefeito se ele pudesse indicar o mesmo Tadeu de Souza para vice-prefeito, o que David Almeida não aceitou.

O governador teme não ter o apoio da máquina estadual se eventualmente deixar o cargo para disputar o Senado em 2026. Se ele renunciar, quem assume é o vice Tadeu de Souza, aliado de primeira hora do prefeito de Manaus.

O candidato Amom Mandel (Cidadania), que teve 19,10% dos votos na eleição e terminou em terceiro lugar, ainda não manifestou apoio público a um dos lados. A reportagem o procurou, mas não houve retorno até o momento. Por outro lado, o deputado federal já recebeu uma série de sinalizações de Alberto Neto, como na entrevista do bolsonarista à TV A Crítica. 

“Eu sei que você não votou no Capitão, mas votou no Amom. E votou no Amom por qual motivo? Porque você não quer esse prefeito que está aí. Apesar dessa polarização de direita e esquerda, e o David representa isso, a coligação dele é o Eduardo Braga e o Omar Aziz, que são os líderes do Lula, mas além dessa polarização, tem as pessoas que estão revoltadas com essa gestão”, disse, também mandando recado aos apoiadores que consideram Amom de esquerda.
Quinto lugar na eleição (6,03%) e com uma coligação que reuniu sete partidos (PT, PCdoB, PV, Rede, Psol, PDT e Solidariedade), Marcelo Ramos (PT) afirmou para A CRÍTICA que ainda não tem caminho definido. “Vou conversar com meus aliados e com a militância do PT para só depois me manifestar”, disse.

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