PEDIDO APROVADO

Vereadores aprovam pedido de esclarecimento sobre morte de estudante em escola de Manaus

O requerimento pede imagens das câmeras de segurança e posicionamento da escola quanto à casos de bullying

Emile de Souza
07/08/2024 às 13:40.
Atualizado em 07/08/2024 às 13:40

(Foto: Arquivo/AC)

Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovaram, na manhã desta quarta-feira (07/08), o requerimento 15.336/24 que pede esclarecimento à Secretaria Municipal de Educação (Semed) sobre a morte de uma criança de 10 anos, que faleceu no domingo (4), sob suspeita de espancamento por parte de estudantes da Escola Municipal Doutor João Queiroz, na Cidade Nova. 

O requerimento é de autoria do vereador Capitão Carpê (PL), que relatou que o caso aconteceu no dia 2 de agosto e a solicitação foi enviada da seguinte forma: “Requer da Semed informações detalhadas sobre o trágico ocorrido e posterior falecimento, envolvendo o aluno Luiz Eduardo Arcanjo Cordovil, que foi espancado por dois colegas na escola”.

“Segundo relatos, ele foi brutalmente agredido por conta de pedidos dos outros colegas de sala que pediram para ele fazer uma tarefa, uma prova, enfim, uma avaliação  e ele parece que não fez. Resumindo, ele foi agredido e a Semed responde que nenhum fato foi registrado pelas câmeras de segurança da unidade escolar e que deu total apoio à família, providenciando o auxílio funeral”, informou o vereador. 

Carpê cobrou que outras informações sejam dadas, devido à responsabilidade da escola sobre os alunos e monitoramento escolar. 

“Queremos saber o que a Semed tem feito quanto aos casos de bullying, que já acontecem há muitos anos. Queremos saber as medidas que ela vem tomando e queremos esclarecimentos mais detalhados”. 

Líder do prefeito

O líder do prefeito David Almeida, o vereador Eduardo Alfaia (Avante), aproveitou a oportunidade para destacar que a atual gestão municipal é comprometida com a segurança do ambiente educacional. 

“A Semed já está em posse do HD que tem essas imagens sobre o ambiente escolar e a questão interna da unidade educacional e não há nenhum fato, nenhum episódio de agressão envolvendo a criança. Dizer que todas as medidas para proteção, a gestão tem tomado desde o início”, informou o vereador. 

Alfaia lamentou o ocorrido e afirmou que a mãe da criança foi ouvida e que o agressor não era um colega de classe da vítima. 

“Chegou ao nosso conhecimento que o agressor é um adulto, até porque, uma criança agredir outra criança, isso precisa ser investigado a fundo e por parte da base (do prefeito), há total vontade de esclarecer esse episódio, porque o que nós primamos é que escola seja um ambiente de segurança”, ressaltou.

Acompanharam o posicionamento do líder do prefeito, os demais vereadores da base, Gilmar Nascimento e Raulzinho também afirmaram em seus discursos que o caso não é um problema recorrente e que as informações preliminares apontam para um crime ocorrido fora do ambiente escolar. 

“Podemos fazer um minuto de silêncio, além de aprovar o requerimento”, acrescentou Raulzinho. 

O vereador Jander Lobato informou que a mãe disse em entrevista que a criança foi agredida por um vizinho, um homem maior de idade. 

“Nesse momento político que a gente vive, nós temos que correr atrás de informações, não podemos ser irresponsáveis. Nós somos formadores de opiniões e é muito importante que nós estejamos unidos pela resposta certa e mais concreta de todas. Nós temos na Semed psicólogos e assistentes sociais e essa família está sendo assistida e vamos cobrar isso e acompanhar todo esse fato”, disse Lobato. 

"Sem caça aos erros"

O vereador William Alemão solicitou que uma nota de pesar seja emitida pela CMM e afirmou que no requerimento não existe nenhuma “caça aos erros” da secretaria ou da gestão, mas que pelo desencontro de informações, os esclarecimentos se fazem necessários. 

“Uma criança faleceu. Dá para se dizer como o vereador Carpê falou: aconteceu um crime”, afirmou Alemão. 

O vereador Roberto Sabino acompanhou os discursos favoráveis e ressaltou que o requerimento é importante para trazer informações não divulgadas. 

“A mãe disse que a criança não falava o que tinha acontecido e que depois dos 3 dias, ele teve muitas dores, foi para o hospital, mas já aconteceu esse problema. É natural que independente de lados, nós precisamos saber, porque foi uma vida que se foi e que esse criminoso, se é de maior, deve ser punido. E com certeza não foi dentro da escola, pelas notícias que vi, aconteceu fora”, destacou Sabino. 

A vereadora Professora Jacqueline disse que como educadora entende que as escolas precisam de mais estrutura e que os professores tentam ajudar, mas que faltam espaços de atendimento. 

“Nossas escolas precisam de mais segurança, de mais controle, mais acompanhamento psicológico, pois nós não temos essa estrutura que a gente precisa. A criança não conseguiu se abrir com sua mãe, então, às vezes a escola consegue ser esse elo de comunicação”, argumentou a professora. 

O requerimento foi aprovado e as informações solicitadas serão encaminhadas pela Casa à Semed.

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