SEM RECURSOS

Vereador Caio André acusa Prefeitura de bloquear recursos finaceiros da CMM

Atual presidente da CMM alega que medida da gestão de David Almeida veio como 'resposta' a votação que negou o empréstimo de R$ 600 milhões pedido pela Prefeitura

Waldick Junior
waldick@acritica.com
09/11/2023 às 20:11.
Atualizado em 09/11/2023 às 20:11

Presidente da Câmara Municipal de Manaus, vereador Caio André (Podemos) (Foto: Divulgação)

O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Caio André (Podemos), acusou, nesta quinta-feira (9), a gestão de David Almeida de ter bloqueado indevidamente recursos financeiros da Casa Legislativa, um dia após um projeto de lei que autorizava a prefeitura a emprestar R$ 600 milhões para obras ter sido rejeitado com voto de desempate do parlamentar.

Em nota, a administração municipal explicou que o bloqueio de valores no Sistema de Administração Financeira Integrada Municipal (Afim) ocorreu por exigência constitucional para  evitar problemas orçamentários. E que o orçamento previsto para a CMM está sendo devidamente repassado.

Segundo Caio André, a Casa Legislativa identificou que a prefeitura não estava repassando corretamente recursos oriundos do Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip), valor que totaliza pouco mais de R$ 10 milhões.  A gestão municipal reconheceu a diferença e repassou inicialmente R$ 9,8 milhões, valor que foi pego de volta logo depois. Em seguida, a prefeitura fez uma nova transação de R$ 3,2 milhões, esse valor também estornado. Por fim, a prefeitura depositou R$ 1,6 milhão. 

A prefeitura justificou o bloqueio do valor extra no sistema da Câmara afirmando que a Constituição Federal limita o repasse em R$ 1,6 milhão.

“A forma como esse pagamento é feito resulta da soma dos recursos arrecadados com impostos e transferências previstas na lei federal. No entanto, houve um problema que precisou ser resolvido”, afirma a gestão municipal.

Segundo a prefeitura, a Constituição define que o gasto do Poder Legislativo Municipal, que inclui salários dos vereadores, não pode passar de 4,5% do dinheiro que a cidade arrecada com impostos e transferências. Se a lei não for respeitada, a infração recai sobre o gestor municipal. 

“É importante destacar que, até outubro deste ano, a Câmara Municipal já recebeu R$ 200 milhões, do total de R$ 242 milhões, que já foi ajustado em relação ao valor original previsto na lei orçamentária de 2023”, aponta a prefeitura.

Bloqueio

De acordo com a Câmara, o bloqueio ocorreu entre as 15h de quarta-feira e só foi liberado às 14h30 desta quinta-feira (9). Como consequência, a Casa Legislativa ficou impedida de realizar transações financeiras, incluindo o pagamento do imposto de renda, previsto para ser quitado na quarta.

Em coletiva convocada pela Câmara, o presidente Caio André (Podemos) afirmou que o bloqueio do sistema foi indevido, considerando que a prefeitura poderia ter feito ajustes nos repasses à Casa sem precisar ‘travar’ o caixa. 

“Não havia a menor necessidade do bloqueio do sistema financeiro da Câmara para fazer qualquer ajuste, isso porque isso é feito de forma corriqueira, quando há problemas e quando não há. Quando há repasse a menor, repasse a maior, e não há problema na ida e vinda de recursos orçamentários. Nada justifica o fato de a prefeitura ter efetuado o bloqueio nas contas da Câmara”, disse o presidente.

Componente político

Caio André ressaltou que ele ou outros colegas da Câmara não estavam se referindo ao bloqueio como ‘retaliação’ por terem negado o empréstimo à prefeitura, mas relacionou, mais de uma vez, os dois fatos. Questionado sobre se o pedido negado de empréstimo era algum tipo de recado político ao prefeito, o presidente negou.

“Eu não mando recado para ninguém. Nenhum desses vereadores que estão aqui. Não somos meninos de recado. Pelo contrário, somos responsáveis e conscientes daquilo que nós entendemos que é o melhor para a cidade de Manaus. Temos responsabilidade com nossos eleitores, aqueles que não votaram em nós, com este poder e, principalmente, com Manaus”, disse.
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