política

Vanda defende secretaria indígena municipal e diz que diálogo está aberto com David Almeida

Ex-candidata a vereadora pela Rede sinalizou aceite a participação na gestão e defendeu liderança de indígenas na pauta climática em Manaus

Waldick Junior
waldick@acritica.com
30/10/2024 às 16:25.
Atualizado em 30/10/2024 às 16:25

Vanda Witoto, ativista indígena e ex-candidata a vereadora (Foto: Paulo Bindá)

A ativista indígena Vanda Witoto (Rede), cotada para assumir a educação indígena no segundo mandato do prefeito David Almeida (Avante), vai defender um movimento maior, a criação de uma Secretaria Indígena Municipal. Para ela, a pasta seria essencial para Manaus, que possui a maior população indígena do país em um município (71,7 mil pessoas), segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e  Estatística (IBGE). 

“Eu conversei com o David no período eleitoral, mas não foi algo muito claro. Ele quer que eu participe de alguma forma desse processo, sobretudo, na educação indígena, mas não é nada certo. Nós ficamos de conversar novamente”, afirmou para A CRÍTICA.

Em relação à criação da Secretaria Indígena, a ativista ressaltou que esse é um desejo dos povos indígenas e que levará a pauta ao prefeito reeleito. “Não há autonomia para desenvolver políticas públicas para os povos indígenas em Manaus. É importante que haja uma estrutura, que sejam destinados recursos para efetivar as políticas indígenas”, disse.

Vanda disputou uma vaga de vereadora nas eleições deste ano pela Psol-Rede e obteve 8.374 votos, o melhor desempenho da federação em Manaus.  O partido Rede declarou apoio a David Almeida no segundo turno, quando ele disputou contra o bolsonarista Alberto Neto (PL), mas ela garante que não houve secretarias prometidas. “É algo que está em aberto ainda, inclusive com o nosso partido”

Vanda Witoto foi a primeira pessoa vacinada pela covid-19 no Amazonas, em 2021. Ela ganhou projeção pelo trabalho que realizou como técnica de enfermagem e moradora do Parque das Tribos, o primeiro bairro indígena reconhecido pela prefeitura de Manaus. 

Hoje, a ativista é uma das principais vozes do movimento indígena no Amazonas, participando de eventos nacionais e internacionais sobre meio ambiente e clima. Esta, inclusive, é uma pauta que ela gostaria de atuar na gestão municipal.

“A educação é muito importante, mas a gente gostaria muito de liderar a questão climática no município. Para mim, isso é muito importante. A questão ambiental é uma prioridade, mas há um desafio de a gente ocupar efetivamente esses espaços. Estamos tecendo diálogos”, comentou.
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