Na ALE-AM

Sessão da ALE-AM tem troca de acusações com pitada eleitoreira entre aliados de Wilson e David

A discussão foi entre os deputados estaduais Daniel Almeida (Avante) e Felipe Souza (PRD)

Giovanna Marinho
10/09/2024 às 12:05.
Atualizado em 10/09/2024 às 14:10

(Foto: Divulgação)

Os deputados estaduais Daniel Almeida (Avante) e Felipe Souza (PRD) protagonizaram troca de acusações direcionadas ao governador do Amazonas Wilson Lima (União) e David Almeida (Avante). O confronto terminou com fala machista contra a deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos), que presidia a sessão desta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). 

Daniel, que é irmão do prefeito, usava a tribuna para mostrar  o registro de uma tentativa de homicídio que deixou duas pessoas feridas a tiros na noite de segunda-feira. O caso ocorreu na UPA José Rodrigues, Zona Norte, administrada pelo Governo do Estado e o deputado aproveitou para fazer um comparativo entre os atendimentos do estado e prefeitura. 

Ao cedeu a palavra a Felipe Souza, líder do governador na ALE-AM - com certa relutância -, Daniel levou uma investida por parte do governista que ameaçou até fazer uma CPI para investigar os R$900 milhões que teriam sido enviados pelo Governo do Estado para a prefeitura. 

"Em 2020 quem apoiou o teu irmão? Foi o governador Wilson Lima. Em 2022 teu irmão apenas pagou a conta. Foram R$900 milhões que nem prestar conta a Prefeitura presta", acusou o parlamentar. 

Daniel Almeida não deixou barato e rebateu com mais acusações do lado de lá. 

"Vamos fazer juntos a CPI da Cema", rebateu Daniel. 

Com os dois microfones abertos, eles começaram um bate-boca: - "Eu tô falando, cale-se. Cale-se", pediu Daniel Almeida. 

-"Pois venha calar. Me respeite", gritava Felipe.

Alessandra Campelo, que ocupava a cadeira de presidente na ausência de Roberto Cidade, tentava interromper a discussão, mas os dois continuaram até o momento que a parlamentar desligou os microfones de ambos e pediu para cessar as provocações.

Ao passar a palavra novamente a Daniel, ele solicitou que a deputada mantivesse a ordem. Alessandra lembrou: "é difícil, né, deputado. Imagine para nós mulheres que temos o microfone cortado o tempo todo". 

E Daniel acusou a deputado de vitimização. Alessandra se enfureceu. "Me respeite não tenho nada a ver com seu nervorsismo. Me respeite". E mandou cortar o microfone do deputado falando que só devolveria o tempo se ele aprendesse a "respeitar uma mulher parlamentar".

Quando retomou à palavra, Daniel Almeida iniciou um discurso contra Alessandra acusando-a de usar a pauta da mulher para de promover. Ao longo do discurso dele, a deputada entrou reiteradas vezes pedir a palavra, mas não era ouvida. Até que subiu o tom e o parlamentar respondeu: "Já falou demais. Já falou até o que não devia. Vá pedir pro governador pagar as mulheres que ele ainda não pagou". 

Alessandra respondeu: "É bem a sua cara. Não tem coragem para enfrentar". 

Começaram então vários posicionamentos em favor da deputada por deputados como Rozenha (PMB) e João Luiz (Republicanos). 

"Cenas que ocorreram nesse parlamento são lamentáveis não pelo mérito, mas por a gente não aprender a respeitar a pessoas. Você não pode pedir para um colega se calar. Você não pode impedir uma mulher de apartear", declarou Rozenha.

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