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Presidente do TRE avisa que câmeras de segurança vão registrar o derrame de santinhos

Desembargador João Simões alertou que o julgamento desses casos terão celeridade no TRE-AM

Emile de Souza
politica@acritica.com
25/10/2024 às 18:37.
Atualizado em 25/10/2024 às 18:37

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, João Simões (Foto: Jeiza Russo)

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), João Simões, afirmou nesta sexta-feira (25) que candidatos ou eleitores que realizarem "derrame de santinhos" serão punidos com celeridade. O desembargador alertou que,  neste segundo turno, as câmeras de segurança dos locais de votação (escolas) estarão direcionadas para a rua afim de registrarem a ação de eventuais infratores. Essas escolas, segundo ele,  serão monitoradas pelo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

“Ela vai filmar tudo, a partir de amanhã, tudo que se passar na frente. Para aquele que chegar lá e fizer essa prática, além da multa, ele pode ser, sim, enquadrado num crime eleitoral. Aí vai se ver processado e julgado. Além da infração, terá que pagar a multa e poderá ser condenado a cumprir pena”, alertou o presidente.

João Simões deu como exemplo do rigor contra esse tipo de crime eleitoral o caso do candidato a vereador Rodinei Moura Ramos (Avante). Ele  já foi julgado e multado em R$ 2 mil por infração cometida no primeiro turno da eleição em Manaus. O magistrado ressaltou que o valor da punição pode aumentar. Disse que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas) também pode aplicar multa de R$ 32 mil a R$ 79 mil para esses delitos. 

“Hoje é dia 25 e nós tivemos o primeiro turno no dia 6. Portanto, em 19 dias, o tribunal recebeu a representação, julgou no primeiro grau e julgou no segundo grau. Então, a primeira decisão a respeito dos santinhos foi julgada hoje no nosso plenário e, por unanimidade de votos, foi mantida a multa para aquele candidato que praticou aquele ato irregular”, informou Simões.

O presidente do TRE-AM informou que há mais de 100 casos desse tipo a serem julgados e que as multas aumentam conforme a reincidência do derramamento de santinhos. Quanto mais colégios eleitorais sujos, maior o valor aplicado. As multas variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

“Isso não é para ameaçar ninguém, é apenas para alertar, informar que a nossa equipe vai estar de novo com essa missão de coibir essa prática ilegal. E também nós estamos mais preparados agora no segundo turno”, destacou.

Apelo ao eleitor e eleitora

João Simões também fez um apelo para que a população compareça aos locais de votação e faça votos válidos. “Nós estamos num momento de feriado prolongado no serviço público. Então, muita gente talvez não esteja se lembrando de que, no domingo, teremos a nossa festa da democracia. Então, gostaríamos de lembrar a importância do voto de cada um, de cada um dos que podem e devem votar, contribuindo com as propostas de cada candidato”, disse o desembargador.

Simões ressaltou que, graças aos trabalhos de divulgação, o Amazonas registrou seu menor número de abstenção no primeiro turno, com 18,54% do eleitorado. “Normalmente, a abstenção fica acima dos 20%. Tivemos locais que registraram 10%”, informou o presidente.

Os três municípios com a menor abstenção foram: Tonantins (8,37%), Santo Antônio do Içá (10%) e Amaturá (10,56%).

Lei seca

Ele lembrou que, no segundo turno, ainda haverá a Lei Seca, das 6h às 18h do domingo.  “Deu certo no primeiro turno. Tivemos quase zero de ocorrências, o pessoal compareceu bastante e não houve nenhuma alteração, segundo informações dos órgãos de segurança”, afirmou.

O presidente do TRE-AM disse que a ideia é que a Lei Seca seja retirada futuramente, mas que é um processo gradativo. Outro ponto defendido pelo presidente é que a gratuidade dos ônibus aos eleitores, que custou R$ 4 milhões aos cofres públicos, também seja retirada.

“O eleitor que quer exercer o direito de voto não vai deixar de votar por conta de uma passagem de ida e volta. Com o recadastramento biométrico, os eleitores estão sendo alocados para votar mais perto de casa. Esse transporte é gratuito ao eleitor, mas tem alguém pagando”, disse.

Quanto à segurança pública, João Simões ressaltou que as tropas federais seguirão auxiliando na execução do pleito. “A cidade foi dividida ao meio. 50% vai ficar com as tropas federais e 50% com a Polícia Militar. Isso é uma organização que as forças de segurança fazem e tem dado muito certo”.

O desembargador explicou que os crimes eleitorais registrados durante o dia do pleito serão direcionados conforme o grau de periculosidade.

“Os crimes chamados de menor potencial ofensivo poderão ser tratados apenas com o lançamento de um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). Eles ficarão a cargo da Polícia Civil e serão levados para a Delegacia Geral, ali do lado do Vasco Vasques, no Sambódromo. Aqueles de maior potencial ofensivo serão levados para a Polícia Federal”, ressaltou.
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