INTERIOR

Prefeito de Humaitá acusa PF de operação com ‘carta marcada’

Segundo Dedei Lobo (UB), o cancelamento da festa de aniversário do município gerou prejuízo de R$ 1 milhão.

Waldick Junior
online@acritica.com
15/05/2024 às 13:05.
Atualizado em 15/05/2024 às 13:06

Prefeito de Humaitá, Dedei Lobo (União Brasil). (Foto: Reprodução/Facebook)

O prefeito de Humaitá (AM), Dedei Lobo (União Brasil), acusa a Polícia Federal de realizar uma operação contra garimpeiros com ‘carta marcada’. Nesta terça-feira (14), primeiro dia de festividades pelos 155 anos da cidade, a PF destruiu cerca de 50 balsas de garimpo.

O evento precisou ser cancelado após ameaças de tumulto e ataques a prédios públicos. O município é o mesmo onde garimpeiros incendiaram prédios do Ibama e ICMBio, em 2017.

“Mais uma vez as operações da Polícia Federal parecem ser carta marcada, ocorrendo sempre nos dias festivos do município. Por exemplo, a Semana da Pátria, em setembro de 2023, foi cancelada devido a uma operação contra o extrativismo mineral. Em dezembro de 2023, sofremos outra operação na festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição. Agora, no aniversário, fomos surpreendidos com outra operação truculenta”, critica o gestor, que é pré-candidato à reeleição.

De acordo com o gestor, as festividades pelo aniversário da cidade foram canceladas, causando um prejuízo estimado em R$ 1 milhão. “Cerca de R$ 500 mil foi o dinheiro da prefeitura e o restante era o que se esperava para o comércio local”, afirmou Dedei Lobo. 

A festa aconteceria nos dias 14 e 15 de maio, com a cantora roraimense Marília Tavares como atração principal. Havia também previsão do lançamento de obras literárias por autores de Humaitá, exposições, premiação dos jogos escolares, apresentação do projeto Princesa do Madeira e shows com bandas locais.

“A operação da PF resultou numa manifestação, colocando a segurança da nossa população em risco, por isso, tivemos que cancelar todos os eventos de imediato. Essas operações em datas festivas têm causado, ao município, enormes prejuízos, trazendo grande risco à vida das pessoas, causando prejuízo incalculável à economia local, prejuízos político e moral”, afirma o prefeito.

Nas redes sociais, circularam vídeos e fotos de garimpeiros ateando fogo em pneus na cidade, objetivando o bloqueio de ruas. Havia ameaça de invasão a prédios públicos, incluindo a sede da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o prédio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A prefeitura foi alertada ainda sobre a possibilidade de invasão ao palco de shows no evento de aniversário da cidade.

Dedei Lobo aparece em alguns vídeos cercado por policiais militares enquanto tenta conversar com os garimpeiros, que o criticam e pressionam por alguma atitude contra as operações. “Estou cancelando todas as festividades, porque tenho responsabilidade com a minha população. Discordo dessa operação, porque parece carta marcada”, disse ele aos manifestantes.

Posicionamento

A reportagem apurou que a operação da Polícia Federal foi realizada pela superintendência de Rondônia, a quem cabe atuar em Humaitá, que fica na fronteira do Amazonas com Rondônia. A CRÍTICA enviou um pedido de posicionamento à PF e ao Ibama, mas não houve retorno até o momento. O espaço continua aberto para manifestações.

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