Segundo Dedei Lobo (UB), o cancelamento da festa de aniversário do município gerou prejuízo de R$ 1 milhão.
Prefeito de Humaitá, Dedei Lobo (União Brasil). (Foto: Reprodução/Facebook)
O prefeito de Humaitá (AM), Dedei Lobo (União Brasil), acusa a Polícia Federal de realizar uma operação contra garimpeiros com ‘carta marcada’. Nesta terça-feira (14), primeiro dia de festividades pelos 155 anos da cidade, a PF destruiu cerca de 50 balsas de garimpo.
O evento precisou ser cancelado após ameaças de tumulto e ataques a prédios públicos. O município é o mesmo onde garimpeiros incendiaram prédios do Ibama e ICMBio, em 2017.
De acordo com o gestor, as festividades pelo aniversário da cidade foram canceladas, causando um prejuízo estimado em R$ 1 milhão. “Cerca de R$ 500 mil foi o dinheiro da prefeitura e o restante era o que se esperava para o comércio local”, afirmou Dedei Lobo.
A festa aconteceria nos dias 14 e 15 de maio, com a cantora roraimense Marília Tavares como atração principal. Havia também previsão do lançamento de obras literárias por autores de Humaitá, exposições, premiação dos jogos escolares, apresentação do projeto Princesa do Madeira e shows com bandas locais.
Nas redes sociais, circularam vídeos e fotos de garimpeiros ateando fogo em pneus na cidade, objetivando o bloqueio de ruas. Havia ameaça de invasão a prédios públicos, incluindo a sede da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o prédio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A prefeitura foi alertada ainda sobre a possibilidade de invasão ao palco de shows no evento de aniversário da cidade.
Dedei Lobo aparece em alguns vídeos cercado por policiais militares enquanto tenta conversar com os garimpeiros, que o criticam e pressionam por alguma atitude contra as operações. “Estou cancelando todas as festividades, porque tenho responsabilidade com a minha população. Discordo dessa operação, porque parece carta marcada”, disse ele aos manifestantes.
Posicionamento
A reportagem apurou que a operação da Polícia Federal foi realizada pela superintendência de Rondônia, a quem cabe atuar em Humaitá, que fica na fronteira do Amazonas com Rondônia. A CRÍTICA enviou um pedido de posicionamento à PF e ao Ibama, mas não houve retorno até o momento. O espaço continua aberto para manifestações.