Para o presidente da Sociedade Árabe-Palestina no Amazonas, Mamoun Manasra, o presidente Norte-Americano está passando de “todos os limites” e violando a dignidade humana
Faixa de Gaza vira alvo de presidente dos Estados Unidos (Foto: Reprodução)
O presidente da Sociedade Árabe-Palestina no Amazonas, Mamoun Manasra, condenou a medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de assumir o controle da Faixa de Gaza e retirar a população palestina do local. Para Mamoun, o republicano está passando de “todos os limites” e violando a dignidade humana.
O representante da entidade destacou que, se querem deslocar o povo palestino, deveriam levá-lo para seu local de origem nas cidades de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, hoje pertencentes ao Estado de Israel.
Para Mamoun, a fala de Trump não possui lógica e contraria resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) que pregam o retorno de refugiados palestinos que estão no Líbano, na Síria e na Jordânia. Ele afirma que o povo palestino é vítima do terrorismo e do “sionismo internacional”.
“Nós somos vítimas do sionismo internacional que vem ocupando a nossa terra, expulsando nossos povos, porque a Palestina sempre existiu, muito antes de Cristo. Abraão, o que eles acham que é pai deles, ele veio refugiado do Iraque, ele não morava na Palestina. Lá sempre moraram os árabes, desde os cananeus. Temos uma resolução da ONU para todos os refugiados palestinos que estão fora tenham direito de voltar. Desde 50, 60 anos atrás, nunca voltamos para nossa terra”, lamentou.
A ativista Umaila Ismail, da Comunidade Árabe-Palestina, afirmou que Donald Trump está propondo uma limpeza étnica que Israel já começou a fazer. No entanto, ela vê que os Estados Unidos teriam dificuldade de colocar a retirada forçada dos palestinos em prática, visto que países como Arábia Saudita, Rússia, Egito e Jordânia já se colocaram contra a ideia.
O jornalista Anwar Assi, membro da comunidade árabe no Amazonas, comparou a atitude de Donald Trump à Solução Final propagada por Adolf Hitler no auge da Segunda Guerra Mundial, quando judeus, ciganos, homossexuais e outros alvos da Alemanha Nazista passaram por uma tentativa de genocídio.
O cônsul honorário de Israel no Amazonas, Jaime Benchimol, disse ao A CRÍTICA que: “a proposta apresentada foi uma surpresa para todos e, embora reconheçamos a boa intenção, sua execução nos parece improvável, considerando os desafios envolvidos. No momento, não possuímos detalhes adicionais”.