Realizada no Sesi Clube do Trabalhador, a convenção reuniu sete partidos em uma frente de esquerda para o pleito majoritário
A convenção aconteceu na manhã deste domingo (4), no salão de eventos do Sesi Clube do Trabalhador (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)
O candidato da federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), Marcelo Ramos (PT), e o vice, Luiz Castro (PDT), oficializaram a chapa para disputar a prefeitura de Manaus nas eleições deste ano. A convenção aconteceu na manhã deste domingo (4), no salão de eventos do Sesi Clube do Trabalhador, bairro São José, zona Leste de Manaus, e reuniu sete partidos em uma frente de esquerda para o pleito majoritário.
Compareceram políticos com cargo eletivo, candidatos à Câmara Municipal de Manaus e apoiadores. Os partidos presentes no evento, somados, lançarão 148 nomes para concorrer ao cargo de vereador. Uma ausência sentida no evento foi a do presidente do PT Amazonas, Sinésio Campos, que hoje apoia a candidatura de direita do deputado estadual Roberto Cidade (União), apoiada pelo governador Wilson Lima.
Marcelo Ramos foi o último nome a falar no palanque. Na presença da mãe, ele contou a história da família, apresentou as propostas de governo e criticou a gestão do prefeito David Almeida (Avante), candidato à reeleição.
“Nos últimos anos, nos acostumamos com essa situação, com um governo mais ou menos. O ônibus demora muito, mas já é tanto tempo assim. A merenda do meu filho é bolacha com kisuco, mas pelo menos tem. Eu vou na UBS e não tem medicamento, o médico demora para me atender, mas pelo menos atende. Nós nos conformamos com governos mais ou menos e é essa página que queremos virar”, afirmou.
Vice na chapa, Luiz Castro fez questão de ressaltar a união do PDT à aliança de esquerda. O partido passou meses no entorno de Roberto Cidade, mas trocou o candidato pelo apoio ao PT.
“Nosso partido tem uma história importante que passa por Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e passa pelo nosso estado, o senador Jefferson Peres. Portanto, o nosso PDT se integra ao PT, PV, PCdoB, Rede, Psol e ao Solidariedade, trazendo seus valores”, afirmou Castro, que abriu mão de uma candidatura a vereador para formar a chapa com Marcelo Ramos.
A chapa reúne sete partidos em uma frente de esquerda para o pleito majoritário (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)
Durante o evento, Marcelo Ramos fez questão de dar espaço no palanque para que todas as candidatas à Câmara de Manaus dissessem seu nome e passagem uma mensagem rápida aos presentes. Ele também se comprometeu a, caso eleito, formar um secretariado composto por metade de mulheres e metade de homens. Durante as negociações para que ele fosse o candidato da frente de esquerda, duas mulheres tiveram de retirar suas pré-candidaturas à prefeitura.
“Quero registrar o fato de, ao apresentar a minha candidatura, como um homem, ter substituído, entre as possibilidades, uma mulher do nosso partido, a Anne Moura. E o segundo, quero fazer o registro de um ato de grandeza da Mena Bianca, como presidente do Psol, mais ainda, da Natália Demes, pré-candidata do Psol, que estará conosco nessa caminhada, porque entendeu a necessidade de o campo progressista estar unido”, disse.
Anne Moura esteve na convenção. Natália Demes, não.
Alianças
Outro momento de destaque da convenção foi o aceno que Marcelo Ramos fez a membros do Partido Socialista Brasileiro (PSB) que estavam presentes no evento, apesar de o partido estar oficialmente, hoje, no arco de alianças de Roberto Cidade. O petista voltou a dizer que a sigla deveria estar no palanque da esquerda, não da direita.
Após a convenção, Marcelo Ramos voltou a falar do assunto e citou nominalmente o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB), hoje secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Wilson Lima (União).
(Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)
Ainda sobre alianças, Marcelo comentou a ausência de Sinésio Campos na convenção. O presidente estadual do PT, que é deputado estadual, integra a base do governador Wilson Lima e caminha, hoje, com o candidato e deputado estadual Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas.
“Eu liguei e mandei mensagem para o deputado Sinésio. A minha mensagem em relação a ele é clara. Todos sabem que ele tem uma relação com o governo, com o deputado Roberto, mas o que posso dizer é que o Sinésio, na trajetória de vida dele, nunca faltou ao presidente Lula. Não será desta vez que isso vai acontecer. Ele estará conosco”, afirmou.