DIA 10 DE DEZEMBRO

Manaus terá ato contra anistia de ataques à democracia

A capital amazonense será uma das 17 cidades do Brasil a participarem do movimento

Emile de Souza
online@acritica.com
06/12/2024 às 15:32.
Atualizado em 06/12/2024 às 15:32

(Reprodução/CUT Brasil)

Manaus terá um manifestação organizada pelo Fórum de Entidades Sindicais (sindicatos, fóruns e partidos políticos) contra o projeto de anistia dos ataques à democracia ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro depredaram às sedes dos Três Poderes em Brasília contra o resultado das eleições. A manifestação acontecerá no dia 10 de dezembro, às 16h, na Praça da Matriz.

A manifestação acontecerá em um momento em que os deputados federais articulam a anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. No momento, o projeto foi retirado da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) pelo presidente da Casa, Arthur Lira. O projeto precisará passar por uma comissão especial e seguirá para o plenário. A previsão é que o PL só retorne em 2025. 

O professor e organizador do evento, Lamdert Melo, afirmou que a manifestação será realizada por avaliarem o perigo das situações antidemocráticas no país e que Manaus é dominada por grupos sociais que apoiam esses atos.  

“Estamos vendo tudo com muita preocupação. Está claro que as elites financeiras locais não têm nenhum compromisso com a manutenção da democracia. O único compromisso das elites financeiras locais é com o crescimento de seus lucros e de seu enriquecimento. Se, para garantir seus lucros e enriquecimento, for necessário matar a democracia brasileira eles vão tentar isso de novo”, explicou.

O professor afirmou que a anistia dos apoiadores de Bolsonaro é um passo inicial para que ele também seja elegível nas eleições de 2026. 

“Como o Governo Lula está dando muito certo ( vide assinatura do acordo comercial com a União Europeia hoje ), eles estão com muito medo de o Lula se tornar imbatível nas próximas eleições. Então, vão tentar desestabilizar a economia, para enfraquecer o Lula e, depois, vão tentar fazer um impeachment do Lula. Paralelamente, vão tentar anistiar o Bolsonaro, para tentar torná-lo elegível em 2026”, informou.

Lamdert disse que para evitar que projetos como esse sejam aprovados em 2025, é necessário que os movimentos sociais se unam. 

“As forças progressistas e democráticas perceberam que devem reagir a mais este golpe, imediatamente. Para quando chegar na hora da discussão do projeto, em 2025, já haverá uma opinião pública bastante favorável para a não aprovação da Anistia”, ressaltou o professor.

O PL em questão começou a enfraquecer desde o atentado à bomba ao Supremo Tribunal Federal (STF), executado por Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL e apoiador de Bolsonaro. Os deputados aliados a Bolsonaro negaram por meio de nota qualquer relação com o ataque do ‘homem bomba’. No entanto, a repercussão começou a ser ligada aos atos antidemocráticos iniciados em 8 de janeiro de 2023, quando os apoiadores de Bolsonaro não aceitaram a derrota nas urnas. 

Na ocasião, o deputado federal do Amazonas e ex-candidato a prefeito de Manaus, Alberto Neto, publicou: “A liderança da oposição repudia as narrativas que, de forma covarde, tentam vincular Bolsonaro e a direita brasileira ao autor do trágico episódio registrado em Brasília”.

Além de Manaus, outras cidades realizaram as manifestações, são elas: Itabuna, Salvador, Fortaleza, Vitória, Campo Grande, Recife, Belém, João Pessoa, Teresina, Curitiba, Maringá, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Aracaju, Ribeirão Preto e São Paulo.

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