Amazônia, Brasil e Mundo

Manaus sediará reuniões técnicas do G20 no Brasil em 2024

Reuniões devem impulsionar as demandas econômicas e ambientais do Estado e da região Amazônica como um todo no cenário internacional

Carolina Givoni
politica@acritica.com
18/11/2023 às 13:56.
Atualizado em 18/11/2023 às 13:56

A presidência brasileira do G20 começa em 1º de dezembro de 2023 e se encerra em 30 de novembro de 2024 (Ricardo Stuckert/PR)

Escolha de Manaus como uma das sedes das reuniões do G20 no Brasil em 2024 é apontado por representantes da indústria, por autoridades e economistas do Amazonas como um fato estratégico para impulsionar as demandas econômicas e ambientais do Estado e da região Amazônica como um todo no cenário internacional. A notícia de que a cidade receberá um dos eventos do G20 foi divulgada pelo Valor Econômico. 

Para o superintendente da Zona França de Manaus (ZFM), Bosco Saraiva, a reunião  vai trazer relevância não só para o Estado, mas também para toda a região Norte.

“É a primeira vez que o encontro das vinte maiores economias do mundo será realizado no País. Assim o Brasil, por estar recebendo os líderes, pode definir as pautas e julgar as questões que considerar mais relevantes. Logo, aqui será palco de um vasto diálogo técnico econômico, e uma excelente oportunidade para que essas potências globais conheçam, ainda mais de perto, a importância da ZFM para o mundo”, explicou inicialmente.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, Manaus vai assumir um protagonismo.

“Diante de sua posição e vocação, a cidade tem todo o potencial para ocupar um papel de destaque nessas ações. Isso posiciona a capital como um expoente nesse área econômica, conferindo voz ativa nas discussões e prospecções de soluções que tenham como base um desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável”, disse.
“A internacionalização de Manaus abre possibilidades para que possamos consolidar nossa economia diante dos processos altamente integrados e globalizados que regem essas atividades”, afirmou Antônio Silva.

Na avaliação da economista Denise Kassama, o encontro vai proporcionar a tão esperada oportunidade para apresentar a Amazônia com outros olhos para o mundo.

“Todo mundo fala sobre a Amazonia ou se dizem conhecedores, mas poucos efetivamente já estiveram na região de fato. A participação de representantes nessas reuniões são fundamentais para expor de forma clara e objetiva a realidade dos amazonidas, que de fato deveriam ser os meios e os fins das ações preservacionistas”, defendeu.

O G20 foi criado no ano de 1999. É composto pelos países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Esses países representam 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global, 75% das exportações, cerca de 70% dos investimentos diretos estrangeiros e 60% da população mundial.

Outras sedes

Além de Manaus, mais 17 cidades serão sede do encontro, como Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Recife, Campinas, Maceió, Cuiabá, Belém, Santarém, Teresina, Belo Horizonte e Porto Alegre.  O Brasil assume a presidência do G20 no dia 1º de dezembro e seu mandato vai até 30 de novembro de 2024. 

Como país ocupante da Presidência  será responsável por organizar a próxima cúpula. Ontem, Lula disse que, à frente do G20, o Brasil lançará luz sobre as necessidades dos países do sul global, em especial o combate à fome e o enfrentamento da mudança do clima.

Incentivo

O economista Serafim Corrêa, titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), destacou que Manaus terá oito reuniões do G20, ficando em terceiro lugar dentre as cidades que sediarão encontros técnicos. “Só perdemos para Brasília e Rio de Janeiro e é nessas reuniões que são construídas as decisões. Essa é a importância dessas reuniões”, explicou o secretário.

Serafim Corrêa avalia que essas reuniões possam servir como um impulso para resolver alguns problemas comuns à metrópoles como a coleta de lixo e também a melhoria do fluxo de trânsito. “Esse é um compromisso implícito que as cidades assumem automaticamente”, afirmou.

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