O procedimento, que durou cerca de duas horas e ocorreu "sem complicações", permitiu "drenar o hematoma do sangramento cerebral", explicou em coletiva de imprensa o médico Roberto Kalil
(Ricardo Stuckert)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 79 anos, está em condição "estável" e "não teve sequela alguma" após ter sido submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10) em São Paulo devido a uma "hemorragia intracraniana", informou sua equipe médica.
O procedimento, que durou cerca de duas horas e ocorreu "sem complicações", permitiu "drenar o hematoma do sangramento cerebral", explicou em coletiva de imprensa o médico Roberto Kalil.
Lula "está estável, conversando normalmente e se alimentando" e "não teve sequela alguma" após a operação, que aconteceu no Hospital Sírio-Libanês.
O presidente ficará as próximas 48 horas "em observação" na UTI e permanecerá no hospital até a próxima semana, acrescentou.
Os médicos explicaram que Lula se sentiu indisposto na segunda-feira, com dor de cabeça, e foi submetido a uma ressonância magnética que mostrou uma "hemorragia intracraniana", consequência de uma queda que sofreu em outubro.
"O sangramento estava entre o cérebro e a membrana dura-máter", explicou o neurocirurgião Marcos Stavale. "Comprimiu o cérebro, foi removido, o cérebro descomprimido e as funções neurológicas preservadas".
"É um tipo de complicação comum, que pode acontecer principalmente em pessoas mais velhas", acrescentou o neurologista Rogério Tuma.
A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, de 58 anos, enviou uma mensagem de tranquilidade sobre a evolução de Lula e agradeceu as demonstrações de afeto.
"Depois da cirurgia bem-sucedida, a angústia dessa noite deu espaço para a tranquilidade e para a certeza de que, com a dedicação da equipe médica e com a fé e o amor do povo, em breve ele estará novamente de volta ao trabalho", escreveu no Instagram.
Acidente "grave"
Após cair no banheiro de sua residência no dia 19 de outubro e sofrer uma lesão na nuca, Lula recebeu pontos e passou por avaliações periódicas durante várias semanas.
Por recomendação médica, o presidente cancelou sua viagem à Rússia, onde participaria da cúpula do Brics. Também não participou da cúpula da ONU sobre o clima COP29 no Azerbaijão.
Lula, no entanto, manteve seus compromissos, trabalhando da residência oficial por vários dias.
"Estou bem, tive um acidente aqui, mas foi uma bobagem minha; foi grave, mas não afetou nenhuma parte mais delicada", contou Lula dois dias após a queda.
"Eu tô cuidando, porque qualquer coisa na cabeça é muito forte", acrescentou na ocasião.
Passado um mês, nos dias 18 e 19 de novembro, foi anfitrião da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, onde recebeu dezenas de chefes de Estado, incluindo os presidentes Joe Biden, dos EUA, e Xi Jinping, da China.
Na semana passada, Lula viajou para Montevidéu para a cúpula do Mercosul.
Nesta terça-feira, ele deveria receber em Brasília o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. O premiê acabou se reunindo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, informou a Presidência.