VISITA PRESIDENCIAL

Lula promete iniciar asfaltamento da BR-319: ‘antes de terminar o meu mandato’

Presidente esteve na Suframa ao lado de ministros após visita a comunidades do interior

Lucas dos Santos
10/09/2024 às 21:17.
Atualizado em 10/09/2024 às 21:17

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a Manaus nesta terça-feira (Foto: Junio Matos)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu iniciar o asfaltamento definitivo da rodovia BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), antes de terminar seu mandato no fim de 2026. A fala ocorreu em reunião com mais de 50 prefeitos no fim da tarde desta terça-feira (10) na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Ao lado do governador Wilson Lima (União), o presidente afirmou “na frente dos prefeitos e do povo do estado do Amazonas” que faria quantas reuniões fossem necessárias “antes de terminar meu mandato, a gente vai começar a fazer essa rodovia para que a gente estabeleça o pleno direito de cidadania do estado do Amazonas e de Manaus". Lula destacou, entretanto, que era necessário agir com responsabilidade no empreendimento.

“É preciso que a gente faça definitivamente essa estrada, mas com a responsabilidade que o Brasil, e o mundo, requer. Eu digo sempre que a gente não pode brincar com o mundo, porque o Brasil é um grande exportador de commodities. Muito grande. O nosso superávit comercial de quase R$ 100 bilhões é por causa das commodities, e a questão ambiental tem um peso extraordinário nisso”, disse.

Durante sua fala, o presidente relembrou que foi o que mais mandou recursos para o estado do Amazonas ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e criticou indiretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele não realizou grandes obras de infraestrutura na unidade a exceção de uma ponte de madeira de 16 metros no município de São Gabriel da Cachoeira.

Lula também citou a pandemia de Covid-19 e questionou “qual é a obra que foi feita aqui a não ser deixar faltar oxigênio para matar milhares de pessoas” durante janeiro de 2021.

Sobre os problemas climáticos, que permearam o debate desde as viagens ao interior, o presidente afirmou que o governo tem o objetivo de “estabelecer as condições para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir do plano nacional de enfrentamento aos riscos climáticos extremos”.

“Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento desses fenômenos. Para isso, vamos estabelecer uma Autoridade Climática e um comitê técnico-científico que dê suporte e articule a implementação das ações do governo federal”, disse.

No evento, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), reforçou a necessidade de continuar o combate ao desmatamento e às queimadas e que Lula está trabalhando na estruturação de “um plano de emergência climática, para que a gente tenha mecanismos constantes de evitar que a floresta seja destruída”.

Lula ainda brincou sobre a suposta sorte que ele teria à frente do governo e sugeriu que poderá concorrer à reeleição em 2026.

"Eu, o Dom Pedro e o Getúlio Vargas somos os que mais governaram esse país. O Dom Pedro por 69 anos, o Getúlio por 15, depois mais 4, e eu já estou com 10. Como eu estou querendo viver 120 anos, vocês se preparem, porque tem coisa pela frente", disse.

A declaração do presidente ocorre no dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que, em agosto, a inflação foi zerada no país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou deflação (queda de preços), de 0,02%. Ele também justificou sua vinda ao Amazonas e a visita a comunidades afetadas pela vazante severa dos rios ao ressaltar que, no Brasil, tem um conjunto de pessoas que são invisíveis que necessitam da atenção do poder público.

“Essas pessoas ficam abandonadas porque o estado pouco se preocupa. Eu vim aqui apenas para mostrar o seguinte: neste país ninguém será esquecido pela sua condição social. Todo mundo sabe que eu sou o presidente de todos. Mas se tem uma coisa que todo mundo tem que saber é que eu vou cuidar primeiro daqueles que mais necessitam neste país”, ressaltou.
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