Os dois governos apresentaram este ano uma proposta de paz entre Rússia e Ucrânia, que praticamente só teve uma sinalização positiva do presidente russo, Vladimir Putin
(Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seu contraparte, Xi Jinping, urgiram, nesta quarta-feira (20), uma solução política para o conflito na Ucrânia, durante uma visita do mandatário chinês a Brasília, que evidenciou a boa sintonia entre os dois líderes do Sul Global.
"Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar", disse Lula ao lado de Xi, após uma reunião no Palácio da Alvorada.
Xi, por sua vez, convocou "mais vozes comprometidas com a paz" para buscar uma "solução política" na Ucrânia, segundo a agência oficial de notícias Xinhua.
Os dois governos apresentaram este ano uma proposta de paz entre Rússia e Ucrânia, que praticamente só teve uma sinalização positiva do presidente russo, Vladimir Putin, um aliado próximo de Xi. O líder russo considerou a proposta "equilibrada", mas a mesma foi rejeitada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. O plano também não recebeu o apoio dos Estados Unidos, nem da Europa.
Nesta quarta, o Brasil se somou a Chile, Colômbia e México, e juntos, os quatro países urgiram "evitar uma escalada armamentista" e um agravamento do conflito, após as novas ameaças nucleares de Moscou.
Xi também pediu um cessar-fogo em Gaza, em um dia em que os Estados Unidos vetaram no Conselho de Segurança da ONU um pedido de interrupção das hostilidades nesta região do Oriente Médio.
O presidente chinês foi recebido com pompa por Lula e a primeira-dama, Rosângela 'Janja' da Silva, no tapete vermelho do Palácio da Alvorada, ladeados pelos Dragões da Independência.
Os dois líderes, cujos países integram o Brics, assim como a Rússia, já haviam se encontrado esta semana na reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro.