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Governo Lula anuncia R$ 119,9 milhões para saúde ribeirinha

Equipes também serão ampliadas até o fim do ano. Prefeituras terão 30% de reajuste no repasse para saúde ribeirinha

Waldick Junior

05/02/2025 às 18:53.

Atualizado em 05/02/2025 às 18:53

Anúncio foi feito durante visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, à Manaus (Foto: Jeiza Russo)

O Ministério da Saúde do governo Lula anunciou um aumento de 71% no orçamento do programa Saúde da Família Ribeirinha, que passará de R$ 168,1 milhões em 2024 para R$ 288 milhões em 2025. Durante agenda em Manaus, a ministra Nísia Trindade também confirmou um reajuste de 30% nos repasses federais destinados aos municípios para fortalecer as políticas de atenção primária voltadas às comunidades tradicionais.

Outra novidade é que o Ministério da Saúde passará a custear veículos terrestres para equipes de saúde da família que atendem ribeirinhos, além de aumentar o recurso para barcos de apoio.

O governo também autorizou a inclusão de mais dois profissionais nas equipes multiprofissionais que atendem pacientes nas comunidades. Atualmente há 310 equipes de Saúde da Família Ribeirinha, número que deve crescer para 340 até o fim do ano.

“Nesse período de dois anos, houve um aumento de 37 para 66 unidades básicas de saúde fluviais. Ainda assim, havia várias demandas por parte das comunidades para ampliar as possibilidades de cuidado que essas equipes precisam realizar, muitas vezes em situações de grandes distâncias, de até 100 quilômetros entre uma comunidade e outra. Tudo isso agravado pela seca. Com o novo contexto do Mais Saúde da Família, nós evoluímos em muitas ações”, disse a ministra, ao citar as novidades.

A assinatura da portaria que garante as novidades aconteceu durante a abertura do ‘Encontro Nacional da Estratégia de Saúde da Família Ribeirinha: Nos Caminhos das Águas, o SUS se Fortalece’. A programação ocorreu no auditório Belarmino Lins, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

A presença da ministra da Saúde fez lotar o evento. Compareceram, além de servidores da saúde estadual e municipais, deputados estaduais, prefeitos do Amazonas e secretários municipais de saúde.

Para A CRÍTICA, o presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Anderson Sousa, elogiou os anúncios. Ele ressaltou a dificuldade de estruturar equipes de saúde para atender comunidades ribeirinhas.

“Temos pouco mais de 160 equipes atuando na área ribeirinha, quando o ideal seria, pelo menos, 500, considerando que há mais de 1.300 unidades na parte terrestre [...] e, com esse programa, haverá um aumento no valor do incentivo, com investimentos que podem chegar a 70%, dependendo do local e do município, enquanto outros poderão atingir percentuais de 50% ou 30%, conforme a distância e as condições da região”, afirmou.

Na manhã de quarta, a ministra da Saúde visitou a Unidade Básica de Saúde Ribeirinha da Comunidade Nossa Senhora de Fátima e a Unidade Básica de Saúde Fluvial que fica ancorada na comunidade. Além disso, conheceu o Barco Hospital São João XXIII, em Novo Airão.

A secretária municipal de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, que acompanhou a agenda da ministra, ressaltou a importância de Nísia visitar o Amazonas.

“A visita da ministra foi de extrema importância, pois ela pôde presenciar in loco todas as dificuldades enfrentadas na zona rural, incluindo os desafios logísticos, climáticos e as particularidades da região amazônica [...] e a assinatura dessas portarias trará grandes benefícios, incluindo financiamentos para custeio e ampliação das equipes de saúde”, disse.

Criadas para atender a Amazônia Legal e o Pantanal Sul-Mato-Grossense, as Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) atuam principalmente em Unidades Básicas de Saúde (UBS) situadas em comunidades de difícil acesso, onde o deslocamento é feito por rios. Devido à grande dispersão territorial, o atendimento às comunidades exige o uso de embarcações.

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