Fabrício Barbosa, Marcos Apolo (Cultura), e o diretor-presidente da Cosama, Armando do Valle foram gravados em uma reunião na qual supostamente articulavam maneiras de influenciar a eleição em Parintins
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O governador Wilson Lima (União) exonerou os secretários Fabrício Barbosa (Administração) e Marcos Apolo (Cultura), e o diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle. Os três foram gravados em uma reunião na qual articulavam maneiras de influenciar a eleição em Parintins (AM) para favorecer a candidatura de Brena Dianná (União) à prefeitura, apoiada pelo governo estadual.
Além da demissão dos secretários, a gestão Wilson Lima confirmou a exoneração do comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), tenente-coronel Jackson Ribeiro, e o capitão Guilherme Navarro, que integrava a Companhia de Operações Especiais (COE).
As exonerações aconteceram quatro dias após o caso vir à tona em uma denúncia apresentada à imprensa pelo candidato à prefeitura de Parintins, Matheus Assayag (PSD), que não informou como teve acesso ao vídeo. Também nesta quarta-feira, o Ministério Público do Amazonas instaurou um inquérito civil para apurar o que chamou de “reunião ilegal de secretários”.
Outro secretário identificado pelo Ministério Público na reunião é o titular da Casa Civil, Flávio Antony, sobre o qual o governo não anunciou exoneração até o momento. Na segunda-feira (30), por determinação da justiça, o então comandante do 11º Batalhão da PMAM de Parintins, Francisco Judiss, também presente na reunião, já havia sido exonerado pelo governo.
Nesta terça-feira, um dia antes de exonerar os secretários, o governador Wilson Lima comentou a denúncia após ser questionado pela imprensa em um evento relacionado à estiagem. “Não há nenhuma comprovação de veracidade do vídeo. Foi um vídeo editado por um candidato de Parintins e a gente está aqui à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários à justiça”.
De acordo com o MP, os autos foram encaminhados à Procuradoria-Geral da República, “considerando a dimensão do caso”. A notícia de fato (um instrumento de apuração do MP) também foi enviada à Procuradoria-Regional Eleitoral, por envolver pessoas com foro privilegiado.
Segundo o Ministério Público, as pessoas que aparecem no vídeo “apresentam conduta de liderança e manipulação de esquema voltado para atacar a legitimidade das eleições municipais por meio de ordens ao aparato da segurança pública”, conforme comunicado enviado à imprensa.