Políticos foram alvo de aplausos de membros do setor produtivo do Amazonas em evento na cidade de Manaus
Os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) foram homenageados pela classe empresarial do Amazonas pelas vitórias na reforma tributária (Fotos: Daniel Brandão)
Os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) adotaram um discurso que beirou a campanha política nesta sexta-feira (7), quando foram homenageados pela classe empresarial do Amazonas pelas vitórias na reforma tributária, que preservou as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus (ZFM). Enquanto o setor produtivo distribuiu aplausos aos senadores, eles direcionaram seus apoios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe.
Nos bastidores, o nome de Omar tem sido cotado para retornar ao governo estadual, enquanto Braga deve vir candidato à reeleição. No evento ocorrido no Clube do Trabalhador do Sesi, o senador emedebista destacou que a aprovação da reforma era uma necessidade há pelo menos 30 anos não apenas pela ZFM, mas pelo “manicômio tributário em que se transformou o Brasil”.
O parlamentar fez questão de ressaltar que a aprovação da reforma foi feita a várias mãos e agradeceu nominalmente a Omar Aziz, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao presidente Lula, ao ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente da casa alta do legislativo.
Na coletiva, Omar reafirmou que a Zona Franca de Manaus está consolidada com a reforma tributária, apesar do lobby contrário, especialmente do estado de São Paulo. Agora, a única preocupação é com as compensações pelas perdas do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS), cuja cobrança agora será no destino em vez da origem.
Na lista de agradecimentos dos senadores acabou não constando o nome de técnicos ligados à Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz-AM), ligados ao governador Wilson Lima (União), embora tenham tido participação ativa durante os debates da emenda constitucional e da regulamentação da reforma.
No discurso aos empresários, Aziz repetiu seus elogios a Lula e à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por terem estendido o prazo para o fim da Zona Franca de Manaus, a qual não saiu prejudicada da reforma tributária. Ao contrário, a Refinaria da Amazônia (Ream) foi incluída nos benefícios fiscais da região no texto aprovado pelo Senado, dispositivo que não foi vetado por Lula após a sanção.
Ao longo de seu discurso, o senador reiterou que o Amazonas deveria agradecer a “um cara chamado Luiz Inácio Lula da Silva” por obras que foram feitas no estado, como o gasoduto de Urucu para Coari e de Coari para Manaus, e a interligação com o linhão de Tucuruí. Segundo ele, Lula honrou seu compromisso com o Amazonas e reconheceu que “em qualquer outro governo nós não conseguiríamos a vitória que nós conseguimos”.
Em seguida, Eduardo Braga subiu ao palco e bateu outra vez na tecla da vitória em conseguir manter o modelo Zona Franca de Manaus em voga. Tanto ele quanto Omar consideram que o polo industrial “representa a sobrevivência do nosso povo”.
Os senadores foram constantemente aplaudidos por representantes da indústria, comércio, serviços e do agronegócio presentes no evento. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, parabenizou o trabalho de Eduardo Braga na relatoria da reforma tributária e no projeto de lei complementar, onde foram realizadas 13 audiências públicas no Senado Federal.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, seguiu o cortejo de elogios aos senadores por garantirem o fortalecimento da Zona Franca de Manaus, assim como por saírem em defesa da repavimentação da BR-319 e pela reforma ter contemplado o setor rural com a inclusão de óleos vegetais na redução de 60% do imposto estadual e a inclusão de carnes e queijos na cesta básica.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL/Manaus), Ralph Assayag, destacou que a manutenção das vantagens do polo industrial garantiu a manutenção de 150 mil empregos de carteira assinada que existem no comércio, além de outros 100 mil trabalhadores fora da CLT.
O tom político do evento também se mostrou nas críticas de Omar Aziz à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por supostamente ser contra a repavimentação da BR-319 e da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, defendida pelo senador amapaense Davi Alcolumbre. O parlamentar do Amazonas afirmou que não discute com “fundamentalistas ambientais” e acusou os contrários às iniciativas de serem antipatriotas.