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Debate é marcado por troca de farpas entre David Almeida e Alberto Neto

Envio de emendas e pintura da cidade entraram na pauta dos candidatos nesta quarta-feira (23)

Lucas dos Santos
politica@acritica.com
23/10/2024 às 21:52.
Atualizado em 23/10/2024 às 22:34

Alberto Neto e David Almeida participam de debate mediado pelo jornalista Chico Pinheiro (Foto: Paulo Bindá)

O primeiro bloco do debate na TV A Crítica foi marcado por críticas e troca de farpas entre o prefeito David Almeida (Avante) e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL). Entre a apresentação de propostas sobre infraestrutura, segurança, empreendedorismo e mobilidade urbana, os candidatos aproveitaram para disparar acusações um contra o outro.

Já na primeira pergunta, que versava sobre prevenção a tragédias em áreas de risco na cidade de Manaus que podem ser atingida pelas chuvas, o deputado Alberto Neto afirmou que iria fortalecer a defesa civil municipal e acusou David Almeida de asfaltar a cidade sem fazer um projeto de drenagem, além de propor arborização da capital.

Em resposta, David rebateu o deputado e afirmou que ele “não tem proposta para a pergunta que foi feita” e que sua gestão atuou em 34 áreas de risco com erosões. Além disso, afirmou que a Prefeitura de Manaus iria inaugurar o viaduto Márcio Souza para desafogar a mobilidade urbana da área centro-sul.

“Com relação a pessoas em área de risco, nós assinamos o PAC Calamidades e vamos acessar 1.056 casas de moradias. As pessoas moram nesses lugares porque não tem oportunidade de uma moradia. Portanto, a partir de agora, nós vamos fazer essas casas, tirar essas pessoas das áreas de risco de dar moradia digna para essas pessoas”, disse, informando que a gestão irá construir o primeiro bairro planejado de Manaus.

Na questão sobre o que a prefeitura poderia fazer sobre a segurança além da guarda municipal, o prefeito afirmou que os problemas da segurança pública na cidade são de responsabilidade do governador Wilson Lima (União), a quem David apontou como aliado de Alberto Neto. 

Como bônus de sua gestão, o prefeito afirmou que armou, equipou e treinou a Guarda Municipal para fazer a segurança além da patrimonial e que tem a meta de chegar a 1.500 guardas municipais.

Para retrucar, o deputado Alberto Neto disse em seu comentário que David não conhece a Constituição Federal e que o documento não delega somente ao governo estadual a obrigação de garantir a segurança pública.

“Agora que eu estou entendendo porque ele sempre bota a culpa no Estado, porque ele não conhece a Constituição. Nós vamos fazer concurso para mil guardas municipais, uma guarda municipal armada, bem treinada, bem equipada. Nós vamos colocar câmera de reconhecimento facial dentro dos ônibus”, prometeu o parlamentar.

O esquema de troca de acusações permaneceu nas perguntas sobre empreendedorismo e mobilidade urbana. Alberto disse que na gestão de David, a abertura de empresas é burocrática e que os empreendedores precisam pular “de secretaria em secretaria” para conseguir um licenciamento. O prefeito respondeu sobre a proposta de Alberto em criar empregos através da Lei de Informática, mas “fora de Manaus”.

“Ele aprovou o PL [projeto de lei] número 13, que cria incentivos fiscais fora do Polo Industrial de Manaus, inclusive ele falou até aqui, em Florianópolis. O deputado Alberto Neto também criou emprego, mas no Ceará, terra dele, quando fez a fazenda de criação de camarão”, acusou David.

David Almeida, candidato a reeleição, durante debate na TV A Crítica (Foto: Paulo Bindá)

Auxílio e Zona Franca

A troca de farpas continuou ao longo do debate. No segundo bloco, em que foram utilizadas perguntas de tema livre, o deputado Alberto Neto abriu afirmando que o prefeito David Almeida deixa Manaus como a quarta capital mais desigual do Brasil e que deixou 40 mil famílias órfãs do Auxílio Manauara, prometendo a recriação do programa de forma permanente.

O prefeito respondeu que o auxílio foi criado em um momento emergencial durante a pandemia de Covid-19 e que nunca se propôs a ser permanente, mas que após isso a prefeitura detectou que grande parte desse público necessitava de auxílios e foram redirecionados para o Bolsa Família do governo Lula (PT).

“Nós pegamos todos esses que estavam no Auxílio Manauara e colocamos no Bolsa Família. No Auxílio Manauara eles recebiam R$ 200, com o Bolsa Família passaram a receber R$ 600. Nós tínhamos 126 mil pessoas inscritas nos auxílios federais. Com o Auxílio Manauara, nós fizemos a busca ativa nos nossos Cras e agora quase 500 mil pessoas estão inseridas nesses auxílios”, disse.

O prefeito disse ainda que Alberto Neto votou contra o aumento do Bolsa Família e que sua gestão melhorou a distribuição de renda ao inserir essa parte da população no Cadastro Único. O deputado federal rebateu afirmando que liderou o processo que aumentou o Bolsa Família para R$ 600 quando esse ainda se chamava Auxílio Brasil na gestão de Jair Bolsonaro (PL), de quem era vice-líder.

Em uma questão sobre a Zona Franca de Manaus, David Almeida afirmou que Alberto votou contra o polo industrial durante a tramitação da reforma tributária e comentou o apoio recebido pelo parlamentar por parte do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado pelo prefeito como inimigo da Zona Franca, “que inclusive comanda um lobby para acabar com nosso polo”.

O deputado respondeu dizendo que David está “desesperado, despreparado” e que desconhece a reforma tributária.

“Eu votei contra a reforma tributária, não contra a Zona Franca de Manaus. E logo depois teve a regulamentação da reforma tributária e sabe o que aconteceu? Toda a bancada votou contra, mostrando que eu estava certo, que essa reforma tributária está criando o maior imposto do mundo, está tirando imposto de serviços da prefeitura”, retrucou.

Alberto Neto, candidato a prefeito de Manaus, durante debate na TV A Crítica (Foto: Paulo Bindá)

Alberto Neto defendeu o PL 13, que criou o programa Brasil Semicondutores, e relembrou a aprovação da prorrogação da Lei de Informática. David Almeida rebateu, afirmando que o projeto de Alberto ampliou os incentivos da Lei de Informática para fora da Zona Franca de Manaus.

“Sabe quando outra empresa de informática vai se instalar aqui? Nunca mais. Essa é a atitude do Capitão Alberto Neto, que vota contra o povo do Amazonas, o povo que o elegeu, o povo que deu tudo que ele tem, e ele vira as costas inclusive não mandando dinheiro para cá com suas emendas parlamentares”, disse.

Fake news

Em uma pergunta feita pela jornalista Aruana Brianezi sobre o que a Prefeitura de Manaus deve fazer para coibir a divulgação de fake news, o deputado Alberto Neto afirmou que a princípio deve-se divulgar a verdade, “dando o exemplo”, e acusou a gestão de David Almeida de espalhar “papéis apócrifos” falando mentiras.

“Ele contratou um repórter chamado Alex Braga que faz todos os dias fake news ao meu respeito. E sabe o que aconteceu com esse Alex Braga? Ele está sendo procurado porque estuprou e ocasionou um aborto a uma mulher. Ao lidar com esses criminosos, você fortalece a fake news”, disse.

O prefeito respondeu afirmando que o próprio nome eleitoral de Alberto Neto é uma fake news, pois ele seria major, não capitão. David disse ainda que desmentiu afirmações do deputado sobre a falta de remédios nas unidades básicas de saúde e que “cria fantasiosas acusações contra mim, contra minha família e agora quer se vitimizar”.

“Você fazia operações policiais fakes. Os seus colegas falaram isso, que você fazia operações policiais para fazer os seus vídeos e jogar na internet. Você é cria dessa enganação da internet. Você não tem moral para vir aqui falar de fake news, fazendo tantos ataques às famílias e às pessoas, principalmente à minha família”, disse.
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