Oitivas estão marcadas para fevereiro em nova rodada no processo contra o promotor aposentado
Walber Nascimento, promotor aposentado (Foto: Divulgação/TJ-AM)
O conselheiro Jaime de Cassio Miranda, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), determinou que o promotor aposentado Walber Luís Silva do Nascimento e mais duas testemunhas sejam ouvidas no processo que o investiga por chamar a advogada Catharina Estrella de “cadela”. As oitivas estão marcadas para a manhã do dia 12 de fevereiro na sede da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
Na decisão, divulgada na última quinta-feira (9), o conselheiro também rejeitou um pedido de Nascimento para apurar a conduta da vítima por estar supostamente lhe perseguindo, “uma vez que o presente procedimento tem como objeto a apuração de condutas imputadas ao processado e não abarca condutas de terceiros”.
O caso que originou o Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o promotor aposentado ocorreu durante uma audiência da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus em setembro de 2023, quando ele afirmou à Catharina Estrela: “Compará-la, vossa excelência, a uma cadela, de fato é muito ofensivo, mas não a vossa Excelência, à cadela”.
Ainda no dia 9 de janeiro, o conselheiro Moacyr Rey Filho rejeitou um pedido de Walber Nascimento contra o CNMP pela divulgação em sites jornalísticos de dos processos aos quais ele responde no conselho, pedindo que fossem colocados em sigilo. O conselheiro destacou que, apesar do descontentamento de Walber, não havia irregularidades na divulgação dos processos, “não havendo providências a serem adotadas quanto a esse aspecto”.
O promotor aposentado responde ainda a outro PAD que trata de ofensas feitas pelo promotor contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O corregedor Ângelo Fabiano Farias relembrou que Walber Nascimento havia dito durante audiência, fazendo referência a Lula e aos magistrados, que “pessoas notadamente corruptas, bandidas, ladrões terem sido descondensadas e estarem ocupando cargos públicos inclusive na presidência da República”. Os ataques ocorreram três meses antes do caso envolvendo a advogada Catharina Estrella.
A reportagem tentou contato com o promotor para comentar o caso, mas não conseguiu contatá-lo até o fechamento desta matéria.