reaberta a polêmica

CNMP decide reabrir o processo contra o promotor que chamou uma advogada de cadela

O procedimento disciplinar foi arquivado no início deste ano quando Walber Nascimento conseguiu a aposentadoria por tempo de contribuição

politica@acritica.com
08/10/2024 às 17:06.
Atualizado em 08/10/2024 às 18:50

CNMP reabre caso envolvendo a advogada Catharina Estrella e o promotor de justiça aposentado Walber Nascimento (Foto: Reprodução)

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, por maioria de votos, nesta terça-feira (8) retomar o procedimento disciplinar contra o promotor de justiça aposentado Walber Nascimento que comparou a advogada Catharina Estrella a uma cadela, durante audiência na 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus  em setembro de 2023. "Compará-la, vossa excelência, a uma cadela, de fato é muito ofensivo, mas não a vossa Excelência, à cadela", disse o promotor no dia 13 de setembro durante a sessão da justiça.

Hoje, o CNMP acatou um recurso apresentado pela advogada Soraia da Rosa Mendes, que representa Catharina Estrella. No dia 8 de março deste ano, o corregedor nacional do Ministério Público, Ângelo Nascimento Farias da Costa, havia arquivado o procedimento investigativo contra Walber Nascimento por conta da aposentadoria voluntária dele. “Por maioria, foi dado provimento ao recurso interno para determinar a instauração do procedimento administrativo disciplinar, divergindo os  nobres conselheiros Jaime Miranda e Edivaldo Nilo”, disse o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que seguiu o voto proferido pelo relator, Paulo Cezar dos Passos.

Durante a sessão do CNMP, o relator do recurso também leu declaração dada por Walber Nascimento durante outra audiência judicial em Manaus, na qual ele proferiu ofensas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse caso era objeto de um procedimento disciplinar no Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que foi arquivado quando o promotor  conseguiu a aposentadoria por tempo de contribuição.

“Três meses antes,  o promotor teria dito um júri, em Manaus, não tem ninguém de verdade preso porque o líder da quadrilha dos ladrões está na presidência. Fã de um vagabundo. Porque um jurado ou outro se aboreça de eu vir aqui dizer que esse bandido que está na presidência deveria estar encarcerado pelo resto da vida dele. Eu estou falando de um fato de pessoas notadamente corruptas, bandidas, ladrões terem sido descondensadas e estarem ocupando cargos públicos inclusive na presidência da República. O Brasil é o país que mais lincha porque as pessoas querem fazer justiça com as próprias mãos. Porque a Justiça quando pode fazê-la o Poder Judiciário não faz. E nós estamos sofrendo hoje com essa merda que fizeram descondenando uma quadrilha de ladrões. Mas os que roubam milhões não estão presos. Ele só esqueceu de dizer por que não estão presos. Porque vários ministros dos tribunais superiores a serviço dessa quadrilha, chamada Partido dos Trabalhadores, soltou todos eles. Infelizmente a população ainda não começou a linchar quem de fato ela deveria linchar  até porque sequer tem coragem de sair a rua que são hostilizados pela população. Um presidente da República não pode ir a lugar nenhum nesse país que todo mundo chama ele de ladrão e diz que o lugar dele é na cadeia”, disse Paulo Passos ao ler as declarações do promotor.  

O corregedor nacional do MP, Ângelo Fabiano Farias da Costa, pediu a palavra e afirmou que   Walber Nascimento  também será investigado por essas declarações ofensivas aos membros do STF e a Lula.

“ Já deixando claro que, se houver um posicionamento do plenário pela instauração do procedimento, eu vou determinar a instauração de procedimento disciplinar desses outros fatos relativos a ofensas aos ministros do STF, dos tribunais superiores, e ao presidente da República”, disse o corregedor.

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