repercussão

CMM aprova moção de repúdio por falas de Lula sobre guerra em Gaza

Vereadores também afirmaram que presidente deveria sofrer impeachment por cometer crime de responsabilidade

Lucas dos Santos
politica@acritica.com
19/02/2024 às 16:22.
Atualizado em 19/02/2024 às 16:23

Presidente Lula afirma que Israel está cometendo genocídio contra palestinos, na Faixa de Gaza (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na sessão desta segunda-feira (19), aprovaram uma moção de repúdio contra declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou os ataques israelenses na Faixa de Gaza com o Holocausto praticado pelo regime nazista.

Foram apresentadas três moções com o mesmo teor pelos vereadores Marcel Alexandre (Avante), Raiff Matos (DC) e Capitão Carpê (Republicanos). Autor da primeira proposta, Marcel Alexandre que o Estado de Israel “está se defendendo de uma ação terrorista, que era antes somente do Hamas, mas agora apoiada intensamente pelo Hezbollah”.

“Não sei o que houve com o nosso presidente, se no momento lá da cúpula trocou-se alhos e bugalhos, se manifestou e o pior, confundindo algo que é pacto mundial: o Holocausto não se toca e jamais se repetirá”, disse.

O parlamentar fez suas as palavras da Confederação Israelita no Brasil (Conib), que repudiou as declarações “infundadas” do presidente Lula pouco após resposta do primeiro-ministro israelense, o político de extrema-direita Benjamin Netanyahu.

“Os nazistas exterminaram seis milhões de judeus indefesos na Europa, simplesmente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país e matou cerca de 2 mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende na sua carta de fundação a eliminação do estado judeu”, completou Marcel, que afirmou ainda que as declarações de Lula ofendiam a memória das vítimas do Holocausto.

Membro do mesmo partido do presidente, o vereador Sassá da Construção Civil (PT) discordou das declarações do presidente Lula.

“Eu vou falar por mim. Israel está atacando [Gaza] atrás de terroristas, e eu acho que o país não quer matar pessoas inocentes, tenho certeza. A fala do presidente Lula foi dele, eu sou do partido dele, mas não passo a mão na cabeça de ninguém. Eu acho que o presidente tem de pedir desculpas a essa nação, sim. Não foi o Brasil quem falou, foi a fala de uma pessoa”, disse.

Autor da segunda proposta, o vereador Capitão Carpê classificou como injustificável as declarações do presidente e chamou suas opiniões como absurdas, mas discordou de Sassá e afirmou que não era possível dissociar a pessoa de Lula de sua função como chefe de Estado.

“O que esperar do governo do amor que é a favor do autoritarismo, do terrorismo e de tudo que há de pior na humanidade? O presidente Lula não envergonhou só o país, mas envergonhou o mundo. E vendo toda a explicação que o apóstolo Marcel deu aqui em relação a Israel, Lula foi infeliz em suas palavras e expôs aquilo que ele sempre pensou”, afirmou.

O vereador Wallace Oliveira (DC) disse que o presidente da República cometeu crime de responsabilidade por supostamente violar o princípio da neutralidade da Lei do Impeachment ao “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra”.

Raiff Matos (DC) disse que Lula gasta bilhões do dinheiro público para ficar fazendo “declarações aleatórias, infundadas e colocando em risco a nação brasileira com essas ilações perigosíssimas”.

“Eu faço coro aos deputados federais que apresentaram pedido de impeachment deste senhor que está como presidente que violou sim a Constituição Brasileira. E espero, verdadeiramente, que este senhor, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seja ‘impitimado’”, concluiu.

As moções foram aprovadas em conjunto e, embora tenha discordado do posicionamento do presidente da República, Sassá da Construção Civil votou contra.

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