Retorno

Adail Pinheiro volta ao poder em Coari após dez anos

Ex-prefeito foi eleito com apoio massivo da classe política do Amazonas

Waldick Junior
online@acritica.com
06/10/2024 às 20:41.
Atualizado em 06/10/2024 às 20:41

Adail Pinheiro obteve 51,15% dos votos válidos contra 47,76% do empresário Harben Avelar (Harben Avelar), com 97,53% das urnas apuradas. Foram 1.315 votos de diferença. (Reprodução/Redes Sociais)

Com apoio massivo da classe política do Amazonas, o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro (Republicanos) volta ao poder dez anos após condenações por favorecimento à prostituição, indução de criança ou adolescente à exploração sexual e improbidade administrativa. O candidato da coligação Coari Rumo ao Futuro (Republicanos, MDB, União Brasil, Progressistas, PSD, Federação PSDB/Cidadania) obteve 51,15% dos votos válidos contra 47,76% do empresário Harben Avelar (Harben Avelar), com 97,53% das urnas apuradas. Foram 1.315 votos de diferença. 


Em março deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) deferiu o pedido de registro de candidatura de Adail Pinheiro. O juizado acatou o argumento da defesa, que alegava que o ex-prefeito não estava mais inelegível desde agosto de 2023. Para os advogados de Pinheiro, a punição começou a contar em 28 de agosto de 2015, após o fim do prazo para recorrer da sentença.


A alegação é rejeitada pelo Ministério Público Eleitoral, que recorreu da decisão do TRE-AM. O órgão fiscalizador afirma que a contagem da inelegibilidade deveria começar após o trânsito em julgado da condenação, em 18 de outubro de 2016. Por esse cálculo, ele só poderia recuperar os direitos políticos a partir de outubro. 


Além dessa ação, o MP Eleitoral também argumenta que Adail Pinheiro estaria inelegível pela condenação por exploração sexual. O ex-prefeito teve o perdão presidencial concedido por um indulto coletivo em 2016, pelo ex-presidente Michel Temer. O órgão fiscalizador afirma que a medida perdoa a pena, mas não efeitos secundários, como a inelegibilidade. 


Segundo lugar, o empresário Harben Avelar buscou construir uma frente ampla para se contrapor à família Pinheiro, que comanda Coari há 20 anos. Ele era o candidato da coligação Por Amor a Coari (PMB, PL, PRD, PSB, AGIR). Além dele, outro nome de oposição foi o da candidata Josi Lopes (PT), que descartou uma união com Avelar contra Adail. 


Adail recebeu o apoio, ainda na pré-campanha, do governador do Amazonas, Wilson Lima e dos três senadores do estado, Eduardo Braga (MDB), Omar Aziz (PSD) e Plínio Valério (PSDB/Cidadania). Os deputados federais Átila Lins (PSD) e Silas Câmara (Republicanos) também compuseram a aliança. 


A família Pinheiro mantém forte influência política em Coari. Desde que Adail Pinheiro deixou a prefeitura, o clã elegeu seus aliados para diversos cargos. Em 2016 e 2020, Adail Filho foi eleito prefeito, mas teve o registro cassado. Em 2021, Keitton Pinheiro, sobrinho de Adail, assumiu a prefeitura. Em 2022, Adail Filho foi eleito deputado federal, enquanto a irmã, Mayara Pinheiro, foi reeleita para a Assembleia Legislativa do Amazonas.

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