Ativismo

21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres terá ações em Manaus

Movimento encampado, no Brasil, pela Câmara dos Deputados, no Amazonas tem o apoio da CMM, ALE-AM e do Movimento de Mulheres

Emile de Souza
politica@acritica.com
19/11/2024 às 18:04.
Atualizado em 19/11/2024 às 18:04

Em Manaus, Movimento de Mulheres, a Procuradoria da Mulher da ALE-AM e a Comissão de Defesa e Proteção dos Direitos da Mulher da CMM também planejam diversas ações de combate a violência doméstica (Foto: Jeiza Russo)

A partir desta quarta-feira (20), a Câmara de Deputados dará início, no Brasil,  à campanha "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres". Em Manaus, o Movimento de Mulheres, a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) e a Comissão de Defesa e Proteção dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Manaus (CMM) também planejam diversas ações de combate a violência doméstica.  

Em todo o Brasil, foram 1.467 feminicídios no ano passado, contra 1.455 casos de 2022. Em 2023, o Amazonas registrou 23 casos de feminicídio, dois a mais do que os 21 ocorridos no ano anterior (2022). Esse número representa um aumento de 9,5%, de acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 

A Procuradoria Especial da Mulher da ALE-AM disse que já está oferecendo capacitação aos servidores das policiais civil e militar e da rede socioassistencial sobre como esses atores sociais podem colaborar com o combate à violência contra a mulher, tendo como foco a prevenção aos feminicídios. Outra linha de atuação da Procuradoria é a intensificação do acompanhamento psicossocial e jurídico dos mais recentes casos de feminicídio no Amazonas, entre eles o da professora Denny Pereira, de Novo Aripuanã. 

A partir desta quarta-feira, Dia da Consciência Negra, a procuradoria também divulgará  materiais digitais que tratam da violência obstétrica, principalmente, contra mulheres negras, que são as maiores vítimas desse tipo de crime. A deputada Alessandra Campelo (Pode), ressaltou que além disso, serão feitos trabalhos educativos.

"Além de todo esse trabalho, nossa equipe da Procuradoria da Mulher já faz e continuará fazendo durante a campanha palestras educativas nas escolas, pois acredito que a violência é um problema social que só será solucionando com a mudança de mentalidade, e essa transformação começa na sala de aula”, disse Campelo.

A vereadora e vice-presidente da Comissão de Defesa e Proteção dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Manaus (CMM), professora Jacqueline (União), afirmou que a comissão também realizará campanhas de conscientização e palestras. 

“Nossa programação, nós estamos fazendo palestra nas escolas do estado. Temos uma programação para distribuir a cartilha Lei Maria da Penha nas escolas, que é um projeto de lei de minha autoria. Já fazemos todos os dias, todos os meses”, disse.

A parlamentar destacou que, com os "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres", essas atividades serão intensificadas. “Agora, esse mês, a gente vai intensificar mais essas palestras nas escolas, com os estudantes do ensino médio. Vamos fazer também uma panfletagem na Eduardo Ribeiro, com a distribuição de cartilhas. Vamos fazer um ativismo, um movimento esse mês”, ressaltou Jacqueline. 

Para a coordenadora do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus e do Movimento de Mulheres Negras da Floresta – Dandara, Francy Júnior, essa intensificação de campanhas é uma forma de promover ações e combate às violações contra as mulheres. 

“Para nós do MMNF-Dandara a campanha é extremamente importante em diversos aspectos, como: sensibiliza a população sobre a gravidade e a extensão da violência contra as mulheres, incluindo violência doméstica, sexual, psicológica e outras formas de abuso”, ressaltou. 

Francy Júnior também destacou que essas campanhas encorajam a participação ativa dos setores da sociedade, incluindo o governo e a população. A ativista afirmou que isso é preciso para se discutir melhor as políticas públicas de combate. 

“Debater, dialogar acerca da criação e implementação de políticas e leis que visam proteger os direitos das mulheres e garantir sua segurança e bem-estar e promover atividades educativas que buscam prevenir a violência por meio da informação e do empoderamento feminino”, disse.

A ativista disse que o trabalho de conscientização nas escolas sobre violência física, psicológica, sexual e moral dos jovens é estratégica. 

“As escolas moldam as gerações futuras. Abordar a questão da violência contra a mulher desde cedo ajuda a desconstruir estereótipos de gênero e padrões culturais que perpetuam a desigualdade e o machismo”, explicou.

O Movimento Dandara também planeja um ato público cuja data será decidida no próximo sábado. Outro mobilização de mulheres será realizado no dia 29 de novembro, conforme a líder comunitária do bairro Viver Melhor, Aninha Torre Araújo. Segundo ela, serão feitas palestras e uma caminhada com percurso ainda não definido.

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