“Eu sei que o vizinho está com o corpo todo roxo porque foi cutucado com o fuzil”, afirmou a testemunha, que não quis se identificar
Na manhã desta terça-feira (27) , havia uma viatura da PM esteve em frente ao bar (Foto: Junio Matos)
“Nós somos trabalhadores, se tem quem mexe com coisa errada não é a gente. Nos reunimos no bar como amigos. Não sei porque tudo isso aconteceu.”
Dois dias após a abordagem truculenta de um policial militar a moradores do bairro da Raiz, Zona Sul de Manaus, testemunhas do ocorrido ainda se perguntam o porquê da violência que presenciaram. Em frente ao bar e distribuidora onde o caso aconteceu a violência, ainda há destroços de uma mesa de plástico destruída a chutes pelo agente de segurança.
Leia aqui a matéria sobre o caso.
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
O caso ocorreu durante a noite de sábado, na rua 2 do bairro. Vizinhos se reuniram no bar que fica no local para assistir à luta de boxe entre Popó e Bambam quando foram abordados por uma equipe da Polícia Militar do Amazonas. Uma das testemunhas, que não quis se identificar, narrou a chegada e atuação dos agentes.
“Os vizinhos estavam esperando a luta começar, lanchando no bar. Quando os policiais chegaram, foram direto no casal de amigos e apontando o fuzil. Um dos policiais foi muito agressivo, já veio gritando, batendo e quebrando tudo. Eu sei que o vizinho está com o corpo todo roxo porque foi cutucado com o fuzil. A gente entende o trabalho da polícia. Se quer revistar, revista, mas não precisava disso tudo”, contou a testemunha.
Mesa destruída pelo policial, segundo a testemunha. (Foto: Junio Matos)
Mesa destruída pelo policial, segundo a testemunha. (Foto: Junio Matos)
A pessoa ainda relatou que o os policiais militares acreditavam que o bar era um local de tráfico de drogas, uma ‘boca de fumo’. Segundo a testemunha, eles chegaram perguntando sobre as supostas drogas e dizendo que já sabiam de tudo.
“Aqui a gente é trabalhador. Somos todos vizinhos de mais de trinta anos aqui no bairro. Ele [policial] chegou dizendo que aqui é uma boca de fumo. Não sei quem passou essa informação, mas não é a gente”, comentou.
A equipe de A CRÍTICA procurou a Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), que se comprometeu a investigar o caso. Através de nota, a instituição não detalhou se a investigação já foi iniciada ou qual andamento das apurações, mas reforçou que a PM-AM preza pelo respeito entre policiais e a população.
Veja a seguir a nota na íntegra.
“Polícia Militar do Amazonas (PMAM) informa que vai apurar as circunstâncias da ocorrência e reforça que a instituição preza pelo respeito mútuo entre população e policiais, no trabalho de garantir a segurança pública da sociedade.”