após nova prisão

Promotor aponta falha em ação policial que liberou advogada suspeita de tráfico

Suiane Rosa dos Santos havia sido flagrada com o companheiro em posso de 10kg de drogas, no dia 21 deste mês. Ela foi presa novamente nesta sexta-feira, após pedido do Ministério Público

Robson Adriano
online@acritica.com
29/11/2024 às 20:20.
Atualizado em 29/11/2024 às 20:20

Armando Gurgel, promotor da 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Foto: Daniel Brandão)

O promotor Armando Gurgel, titular da 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), explicou nesta sexta-feira (29) as falhas na atuação policial que resultaram na liberação da advogada Suiane Rosa dos Santos, 27 anos, suspeita de tráfico de drogas. No dia 21 deste mês, ela e o companheiro foram detidos em flagrante com 10kg de cocaína, avaliados em R$ 180 mil.

“O delegado entendeu que a advogada naquele momento não seria a dona do carro, talvez pela teoria da aparência, o indivíduo que dirigia o veículo seria o dono. E que por estar dirigindo e ela no banco (do carona) tinha caráter de assessoriedade, além de estar alegando que estava ali para receber honorários. Ele (o delegado) não se sentiu seguro diante da situação para dá voz de prisão para ela (Suiane)”, disse o promotor.

A juíza Careen Fernades, titular da 7ª Vara Criminal de Manaus, acatou ao pedido do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) pela prisão preventiva de Suiane, bem como busca e apreensão na casa onde a suspeita mora. As ordens judiciais foram cumpridas na tarde desta sexta-feira (29) e a advogada foi presa no momento em que ia prestar depoimento no 18º Distrito Integrado de Polícia (DIP). 

Fortes indícios

A promotora Yara Marinho, titular da 76ª Promotoria de Justiça Especializada em Crime de Uso e Tráfico de Entorpecentes, frisou que já haviam fortes indícios que justificaria a prisão em flagrante de Suiane ainda na noite do dia 21 de novembro.

“Ela estava dentro do veículo onde existiam uma enorme quantidade de substância entorpecente que exalava um odor muito forte. No entanto, ela não foi indiciada, embora estivesse em situação de flagrante delito”, disse.

Atuação remota

Suiane e o companheiro, Janderson de Medeiros da Silva, 32 anos, foram abordados por policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) na rua Salomão, bairro Terra Nova, zona Norte de Manaus. E no carro em que o casal estava, modelo Honda Fit, cor cinza e placas PHC-2179, as drogas foram encontradas. Os dois foram levados ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP).

Na unidade policial, o delegado Mário Luiz Campo Monteiro Junior, atendeu a ocorrência remotamente e decidiu manter a prisão em flagrante de Janderson e liberar Suiane. Após Audiência de Custódia, Janderson teve a prisão convertida para preventiva. O promotor explicou que naquela noite a autoridade policial estava em uma base, que funciona como um central de flagrantes, instalada dentro da Arena Vasco Vasques. 

“Os delegados e escrivães atendem a população via remota. Enquanto o Código de Processo Penal determina que, inclusive, o delegado deve se fazer presente na cena do crime. E não temos o delegado nem na cena do crime nem também na delegacia durante as oitivas. Temos um cenário em que a polícia está pulverizada. Não temos se quer a concentração em algumas delegacias onde a equipe seja suficiente para atender pelo menos parte de algo que venha acontecer de grave.”, disse.
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