Um professor de inglês, 51 anos, e a ex-companheira dele de 24 anos, foram presos por estupro de vulnerável de cinco vítimas entre 12 e 13 anos
Delegada Juliana Tuma, titular da Depca (Foto: Nilton Ricardo/Freelancer/AC)
"O casal era adepto de swing e sempre com preferência para adolescentes vulneráveis", explicou nesta terça-feira (19) a delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), sobre o crime cometido por um professor de inglês, 51 anos, e uma jovem de 24 anos, ex-companheira dele.
A dupla foi presa no âmbito da Operação Hagnos, nesta segunda-feira (18) suspeitos de integrarem uma rede de pedofilia e violência sexual. Tuma explicou que o professor de inglês se utilizava de sua função como docente para aliciar as vítimas e as atraía para sua residência, onde praticava os abusos sexuais. A operação foi coordenada nacionalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Segundo as investigações, o ex-casal era adepto de práticas sexuais em grupo com menores de idade. Eles registravam os abusos em aparelhos celulares e utilizavam as mídias para chantagearem as vítimas. Em seu interrogatório, o professor normalizou a situação.
A prisão do suspeito revelou um modus operandi que consistia em se valer de sua condição de educador, chegando inclusive a trocar o contato telefônico de suas alunas por notas para possíveis encontros.
Conforme a investigação, até o momento foram identificadas 5 vítimas, de idades entre 12 e 13 anos de idade, do professor de inglês e da ex-companheira. O ex-casal responderá pelos crimes de estupro de vulnerável, ameaças, favorecimento à prostituição e produção, armazenamento e divulgação de imagens de pornografia infanto-juvenil.
Diligência na casa alvo de busca e apreensão (Foto: Divulgação/PC-AM)
De vítima a autora
Desdobramentos da investigação e prisão dos suspeitos revelam que a ex-companheira foi uma das vítimas do professor de inglês. Ela era abusada desde os 13 anos de idade, sendo cooptada por ele, passando de vítima para co-autora dos crimes de abusos sexuais na rede de pedofilia.
Ainda segundo a delegada, durante os anos de abuso sexual e manipulação emocional pelo professor, a ex-companheira não se percebia enquanto vítima. Em razão disso, não foi localizado nenhum boletim de ocorrência ou registro em órgãos de proteção à criança e ao adolescente, por parte dela contra o autor.
Operação Hagnos
A Operação Integrada Nacional de Combate às Violências contra Criança e Adolescente (Operação Hagnos), do MJSP e conduzida pela DEPCA, foi deflagrada no dia 1º de novembro em todo o território nacional e vai até o dia 29 deste mês, com o objetivo de combater os altos índices de crimes contra crianças e adolescente no país.
Em dados no estado do Amazonas, o balanço parcial da Operação Hagnos revela que até o momento foram presas 32 pessoas pelos crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes, pedofilia, armazenamento de mídias pornográficas infanto-juvenis e outros crimes relacionados.
No mesmo momento em que acontecia a coletiva de imprensa na Delegacia Geral da Polícia Civil, o delegado Paulo Mavignier chamou atenção para a um homem estava sendo preso em flagrante em Humaitá (município distante 590 quilômetros de Manaus) por armazenamento de material pornográfico infanto-juvenil.