JUSTIÇA

Justiça decreta prisão de delegado após repercussão de vídeo

O TJAM atendeu ao pedido do MPE-Am feito no último dia 5, após a publicação de um vídeo feito por Ericson Tavares considerado uma afronta à Justiça

Amariles Gama
online@acritica.com
22/07/2024 às 17:24.
Atualizado em 22/07/2024 às 17:24

Ericson Tavares (Foto: Divulgação/PC-AM)

A Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva, nesta segunda-feira (22), contra o delegado de Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Ericson de Souza Tavares, 41 anos. A decisão atende a um pedido feito pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) no dia 5 de julho, que solicitou, além da prisão, a suspensão da função pública do delegado.

O pedido ocorreu após a circulação nas redes sociais, no dia 4 de julho, de um vídeo em que o delegado aparece zombando da situação que resultou na sua própria prisão, ocorrida em março deste ano, pelo crime de extorsão. No vídeo, após a concessão da liberdade provisória, Ericson aparece cantando funk, fazendo gestos obscenos e usando palavras de baixo calão, o que foi considerado uma afronta à Justiça.

“Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da Polícia Civil, o qual detém poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância, somada à publicação do vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à prisão dos suspeitos, temendo, inclusive, pelo êxito da sequência da investigação”, destacou o MPAM no pedido de prisão.

Além de acatar o pedido de prisão, a desembargadora também revogou a liminar que mandou soltar o delegado. Na decisão, a desembargadora destaca ainda que o delegado deverá ser levado para um local “próprio para os agentes públicos, na cidade de Manaus, seguindo as normas estabelecidas pela Secretaria de Segurança Pública”.

“Ante o exposto, em consonância com o parecer ministerial de fls. 338-344, conheço e denego a ordem de habeas corpus, impetrada em favor de Ericson de Souza Tavares e, consequentemente, revogo a liminar concedida às fls. 348-351 e decreto a prisão preventiva do Paciente, com fulcro no art. 312 do Código de Processo Penal”, diz trecho da decisão desta segunda-feira (22).

Ericson Tavares, três investigadores da Polícia Civil, cinco policiais militares e mais duas pessoas civis foram presos em flagrante em março deste ano, no município de Manacapuru. Eles foram acusados de crimes de extorsão mediante sequestro, porte de arma de fogo, associação criminosa, adulteração de veículo automotor, entre outros.

Para o MPAM, há fortes indícios de que Ericson faz parte de uma associação criminosa armada que realiza extorsão mediante sequestro em evidente abuso de autoridade. Ainda conforme o pedido, a prisão do delegado é uma medida para garantir a ordem pública, ainda mais quando considerado que o agente insinua em suas redes sociais que está acima da lei, segundo justificou o Ministério Público.

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