Julgamento de policiais envolvidos na ’Chacina do Grande Vitória’ começa nesta segunda (1º)
Após três adiamentos, os sete PMs serão levados a Juri Popular, na 3ª Vara do Tribunal do Juri. O juiz Eliezer Fernandes Júnior preside a sessão
As vítimas Alex Júlio Roque de Melo, 25 anos, Rita de Cássia da Silva, 19 anos, e Weverton Marinho Gonçalves, 20 anos, foram assassinadas em 2016.
Começou nesta segunda-feira (1º) o julgamento dos policiais militares José Fabiano Alves da Silva, Edson Ribeiro da Costa, Ronaldo Cortez da Costa, Eldeson Alves de Moura, Cleydson Enéas Dantas, Denilson de Lima Corrêa e Isaac Loureiro da Silva, envolvidos na “Chacina do Grande Vitória”, ocorrida em outubro de 2016. O tenente Luiz da Silva Ramos, encontrado morto dentro do Comando Geral, no dia 21 de novembro do ano passado, teve extinta a punibilidade pela Justiça.
Após três adiamentos, os sete PMs serão levados a Juri Popular, na 3ª Vara do Tribunal do Juri. O juiz Eliezer Fernandes Júnior preside a sessão. Os promotores de justiça José Augusto Palheta Taveira Júnior e Lilian Nara Pinheiro de Almeida atuam na acusação. Sete advogados estão na defesa dos réus, que respondem por homicídio triplamente qualificado praticado contra, Alex Júlio Roque de Melo, 25 anos, Rita de Cássia da Silva, 19 anos, Weverton Marinho Gonçalves, 20 anos.
Tenente Luiz Ramos, encontrado morto em novembro do ano passado, teve extinta a punibilidade pela Justiça (Foto: Arquivo Pessoal)
A sessão teve início às 9h40 no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, bairro São Francisco, zona Sul da cidade, com a chamada dos jurados. Até às 13h30 deste primeiro dia de trabalhos em plenário, apenas duas testemunhas de acusação tinham sido ouvidas. Entre acusação e defesa dos réus, 21 testemunhas deverão ser ouvidas. Algumas das testemunhas participarão por videoconferência. Em razão desses números, a expectativa é que o júri se estenda por toda a semana.
Crime e provas
Alex, Rita e Weverton desapareceram no dia 29 de outubro de 2016, após uma abordagem policial ocorrida por volta de 3h50, na rua Penetração, na comunidade Novo Reino. O trio retornava de uma festa, em uma moto conduzida por Weverton, e na garupa estava Alex e Rita, quando foram abordados pelos policiais militares Edson Ribeiro, Ronaldo Siqueira, Luiz Ramos e José Fabiano, que naquele ano estavam lotados na 4ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom).
(Foto: Divulgação/TJAM)
O tenente Luiz Ramos, à época aspirante, foi apontado durante as investigações como o mandante do crime. Oito anos após o crime, os copos dos jovens nunca foram encontrados. A Delegacia Especializadas em Homicídios e Sequestros (DEHS) conduziu as investigações e durante as diligências os investigadores encontraram um estojo de munição calibre ponto 40, em um campo de futebol, nas proximidades do ramal do Quixito, na segunda etapa do bairro Distrito Industrial.
O laudo balístico determinou que a munição foi deflagrada da arma do tenente Luiz Ramos. Além disso, encontraram vestígios de sangue em uma área de mata, e também um par de sandálias que pertencia a Alex. Imagens de câmeras de vigilância da área registraram o momento em que os policiais mandaram o trio entrar na viatura. Com base no Inquérito Policial (IP), o promotor de justiça Rogério Marques dos Santos, denunciou os policiais militares em 2017.
Adiamentos
Em 24 de setembro de 2019, após a etapa de instrução, o Juízo da 3ª Vara do Tribunal do Júri publicou a sentença de pronúncia onde determinava que todos os réus fossem a julgamento popular, seguindo os termos da denúncia apresentada pelo MPE-AM. O processo foi pautado para ser julgado em 6 de novembro de 2023, mas o júri foi adiado a pedido do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) e da defesa de um dos réus. O júri voltou à pauta em 29 de janeiro deste ano mas foi adiado novamente, para esta segunda-feira (1º).