Crime ocorreu na madrugada do Réveillon, e prisões contaram com apoio da Funai e Força Nacional. A vítima foi Rosimar Santos de Oliveira, de 45 anos, indígena da etnia Baré
Delegado John Castilho, titular da 75ª DIP, de Barcelos (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)
Os indígenas Sirrico Aprueteri Yanomami, de 19 anos, e Sandoval Aprueteri Yanomami foram presos por policiais da 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Barcelos (a 399 quilômetros de Manaus). O primeiro foi detido por participar do estupro coletivo e feminicídio da indígena da etnia Baré, Rosimar Santos de Oliveira, de 45 anos, e o segundo por auxiliar na fuga dos autores logo após o crime.
De acordo com o delegado John Castilho, titular da 75ª DIP, o crime aconteceu na madrugada de sexta-feira (03/01), na Rua Vereador José Basílio, em Barcelos. O corpo de Rosimar foi encontrado em uma área de mata. Segundo Castilho, o crime foi filmado e compartilhado em aplicativos de mensagens, causando grande comoção na comunidade.
Investigações e prisões
Conforme o delegado, assim que tomou conhecimento do caso, as equipes policiais iniciaram investigações e diligências para identificar e localizar os responsáveis. As apurações confirmaram a participação de Sirrico Aprueteri Yanomami, já preso, além de Klésio Aprueteri Yanomami, de 26 anos, e um adolescente de 17 anos, que possuem mandados de prisão e apreensão, respectivamente, mas ainda não foram localizados.
Todos os envolvidos pertencem à mesma etnia. Sirrico e Sandoval foram presos na terça-feira (7), na comunidade do Cumaru, localizada na região do Médio Rio Negro, zona rural de Barcelos.
Sirrico e os demais suspeitos responderão por estupro coletivo e feminicídio, enquanto Sandoval será responsabilizado por favorecimento pessoal. Eles passarão por audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.
Rosimar foi violentada por Sirrico e outros dois homens quando voltava da festa de Réveillon, na madrugada do dia 1º de janeiro. Eles haviam conhecido Rosimar minutos antes, durante as comemorações, e a atacaram enquanto ela retornava para casa.
O crime foi testemunhado por algumas pessoas, que chegaram a tentar intervir, mas foram ameaçadas pelos criminosos, que estavam armados com facas. Uma das testemunhas registrou o estupro coletivo e o assassinato em vídeo e entregou o material à polícia, ajudando na identificação dos suspeitos.
Morte brutal
Rosimar foi morta de forma cruel ao tentar resistir ao estupro. Ela sofreu várias facadas pelo corpo e foi filmada pelos criminosos quando já não apresentava mais sinais vitais.
As prisões dos indígenas contaram com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e Guarda Civil Municipal (GCM).