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Forças de Segurança falam em 'cortar na própria carne' após policiais serem presos, em Manacapuru

Segundo Delegado-Geral da PC, Bruno Fraga, e o Comandante Geral da PM-AM, Klinger Paiva, se pronunciaram após nove policiais (civis e militares) serem presos suspeitos de sequestro e extorção

Joana Queiroz
online@acritica.com
25/03/2024 às 18:03.
Atualizado em 25/03/2024 às 18:03

Delegado-Geral da Polícia Civil, Bruno Fraga, e o Comandante Geral da Polícia Militar do Amazonas, Klinger Paiva (Foto: Junio Matos)

As prisões dos noves policiais (quatro civis, cinco militares) e dois não policiais, ocorridas sábado (23), no município de Manacapuru, foi o assunto da entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (25), sendo presidida pelo Delegado-Geral da Polícia Civil, Bruno Fraga, e o Comandante Geral da Polícia Militar do Amazonas, Klinger Paiva 

Durante a coletiva, Paiva e Fraga demonstraram indignação com o envolvimento de policiais em ações criminosas. Os dois se comprometeram em agir com rigor dentro das instituições contra qualquer servidor que apresentar desvio de conduta. 

“A instituição Polícia Civil tem esse comprometimento e nós não vamos tolerar qualquer medida praticada por servidores que não seja dentro da lei”, disse o Delegado-Geral.

Klinger Paiva ressaltou que o sistema de segurança pública não compactua com atos criminosos praticados por seus membros.

“Vamos cortar na própria carne se for preciso. O nosso compromisso é com a sociedade, com a instituição, e no meu caso, com os  bons policiais que estão todos os dias na rua correndo risco”.

Conforme o Comandante Geral, as instituições de segurança estão unidas para combater o crime em todas as frentes. “Estou só orgulho por estarmos tirando de circulação polícias que estavam cometendo ações delituosas”.

Os policiais presos são:

- Ericson Tavares, delegado titular do 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP);
- Eliezio Alencar de Castro, investigador da Polícia Civil;
- Anderson de Almeida Maia, investigador da Polícia Civil;
- Alessandro Edwards da Cruz, investigador da Polícia Civil;
- Alexandro Conceição dos Santos, sargento da Polícia Militar;
- Jozimo Diniz da Silva, cabo da Polícia Militar;
- Eldon Nascimento de Souza, cabo da Polícia Militar;
- Ueslei Rodrigues da Silva, cabo da Polícia Militar;
- Edvaldo Ewerton Pinto de Souza, estagiário da Polícia Civil;
- Germano da Luz Júnior, ex-policial militar;

De acordo com o Delegado-Geral, já havia denúncias de que esse grupo de policiais vinha praticando o crime de extorsão, havendo uma investigação nesse sentido, que resultou nas prisões de sábado. De acordo com Fraga, com os presos foram apreendidos armamentos, veículos com placas adulteradas, capas de coletes e placas balísticas. Todo esse material vão ser encaminhado à justiça.

Conforme Fraga, os suspeitos estão presos preventivamente e responderão por extorsão, por adulteração de veículo automotor e porte ilegal de arma de fogo. 

De acordo com o delegado, o Ministério Público acompanhou o trabalho e a Justiça entendeu que todo procedimento foi feito de forma correta. “Todos  os dados que foram colhidos naquele momento foram suficientes para que a justiça  decretasse a prisão preventiva  do grupo”, ressaltou. 

As investigações vão continuar  e estão sob sigilo de Justiça. Além disso, medidas administrativas também serão tomadas pela Corregedoria Geral, já que os suspeitos usaram carros e as armas da instituições para cometer o crime.

Os policiais civis estão presos no cárcere da Delegacia-Geral e os militares na Unidade Militar, no bairro Monte das Oliveiras. Todo procedimento corre em segredo de Justiça.

Relembrando o caso

O grupo foi preso por policiais militares do município de Manacapuru, sendo levados para a delegacia do município onde foram autuados criminalmente. Na tarde de domingo (24) eles tiveram a prisão em flagrante transformanda em preventiva.

Vestidos de preto, encapuzados e fortemente armados, os policiais militares e civis teriam sequestrado uma mulher e um traficante ()

Inicialmente, o delegado Ericsson negou as acusações e garantiu que a prisão  era um equívoco e que eles estavam em missão quando foram abordados pelos policiais militares. No entanto, não havia nenhuma ordem para que eles se deslocassem ao município.

“A gente estava em ocorrência aqui em Manacapuru, inclusive tem três armas apreendidas, três pistolas, só que como a gente não avisou a ninguém aqui, os PMs abordaram a gente aqui. Foi isso que aconteceu, mas já está se resolvendo”, explicou o delegado via mensagem de áudio para um amigo ainda no sábado.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, os policiais chegaram no bairro Correnteza, em Manacapuru, em três carros. Os mesmos estavam vestidos de preto, encapuzados e fortemente armados.

No local, eles teriam suspostamente sequestrado e torturado um traficante identificado como João Ferreira de Matos, o “Joãozinho", e uma mulher identificada como Gabriela Pereira de Assis. Os policiais teriam exigido dinheiro e droga.

O grupo que estava com o delegado Ericson foi preso no bairro mesmo e os militares no município de Novo Airão. O Delegado-Geral Bruno Fraga preferiu não falar sobre o casal, vítimas dos policiais.

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