‘Foi horrível, não teve um filtro’, diz tio sobre fotos que recebeu da morte do indígena Melquisedeque

Familiares de Melquisedeque Santos do Vale, que tinha 20 anos, fizeram uma manifestação em frente à Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM), na Rua São Marçal, bairro Compensa, zona oeste de Manaus. Placas e faixas de justiça foram colocadas para cobrar agilidade das autoridades também no velório. 

Segundo o tio da vítima, Rucian Vilácio, Melque era um rapaz divertido, inteligente e que queria para família e para ele, uma vida melhor. Por isso, saiu do município de Manaquiri para a capital.

"Ele fazia artesanato, a gente vivia disso no meio da pandemia. Essa oportunidade de trabalhar em uma empresa grande, de renome, deixou ele muito feliz. Ele estava realizado com essa oportunidade. Melqui trabalhou pra isso e esses sonhos foram tirados dele", completou o tio.

Os familiares e amigos da etnia Sateré-Mawé fizeram uma pequena caminhada da Associação até a igreja evangélica, que fica na Rua São José no mesmo bairro. Depois será feito o translado do corpo para o município de Manaquiri, onde ocorrerá o sepultamento.

Família .abalada

Rucian foi um dos primeiros a receber a notícia da morte do sobrinho e ele confessou, emocionado ao lembrar do momento, que foi da pior forma possível.

"Tudo o que aconteceu foi uma tragédia. Foi horrível, não teve um filtro. A gente sabe que na era da internet tudo é muito rápido, então as imagens que chegaram pra mim, acredito que eu fui um dos primeiros da família a saber, foi chocante e surreal", comentou Rucian.

"Estamos realmente indignados, transtornados e clamando por justiça. Para que não fica impune né? Um rapaz inocente trabalhador tinha a vida toda pela frente e teve a vida ceifada dessa maneira", reforçou o pedido de justiça.

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