Entenda como tudo começou e o que a família tinha a intenção de criar com a seita religiosa: uma comunidade com "uso livre" de ketamina e criar uma clínica veterinária para facilitar o acesso à droga, segundo a PC-AM
Contraste - Em apenas 24 horas o irmão de Djidja Cardoso, Ademar Farias Cardoso Neto, saiu do sepultamento à prisão (Fotos: Paulo Bindá e Junio Matos/A CRÍTICA)
Onze pessoas foram indiciadas por 14 crimes em decorrência da Operação Mandrágora, que ficou conhecida como Caso Djidja Cardoso. Entre os 14 crimes citados em três pastas do Inquérito Policial estão tortura com resultado morte, tráfico de drogas, estupro, aborto, corrupção, sequestro e cárcere privado.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), responsável pela investigação, tudo começou quando o irmão de Djidja, Ademar Cardoso, que seria usuário de drogas, conheceu a ketamina no período em que morava na cidade de Londres, na Inglaterra.
O delegado Cícero Túlio, titular do 1º DIP (Foto: Nilton Ricardo)
Ainda conforme o delegado, esse casal acaba se afastando e Cleusimar passa a estudar a química da ketamina, por ser formada em química, e começam a fazer testes neles mesmos (Cleusimar, Ademar e Djidja), percebendo que na forma injetável renderia mais uso para a família Cardoso e também começam a induzir os funcionários do salão de beleza da família a usarem.
Momento em que a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso Rodrigues, e Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza, chegam detidas no 1º DIP (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)
Ainda conforme o relato do delegado Cícero Túlio, após todos usarem Potenay, a vítima Audry fica debilitada e a seita a mantém em cárcere privado. Logo, a família da vítima intervém e consegue resgatar a mulher, fazendo em seguida a denúncia na sede da Central de Flagrantes da Zona Sul.
Além disso, sem pensar duas vezes, o delegado Túlio falou com convicção que, se estivesse viva, a empresária Djidja Cardoso também estaria presa por ser membro da seita religiosa. "Ela também estaria presa, mas devido ao uso dessa droga, ela acabou sendo torturada pela mãe, com várias aplicações, que resultaram na sua morte, o que foi comprovado em vídeos gravados por ela (mãe)."
Se já não bastasse a criação de uma suposta seita religiosa com o intuito de consumir drogas, as investigações da Operação Mandrágora apontaram ainda que a família Cardoso planejava criar uma clínica veterinária de fachada para conseguir as drogas com mais facilidade e depois criar uma "comunidade".
"Eles inclusive já haviam mudado o CNAE da empresa do salão de beleza para conseguir comprar a ketamina. Depois, o intuito da família era comprar um terreno na região Norte de Manaus para criar uma comunidade onde as pessoas iriam residir naquele ambiente e fazer o uso indiscriminado da ketamina e fazer os cultos", finalizou o delegado.