Adolescente de 17 anos é morto a tiros durante abordagem policial em Manaus

O adolescente Herbert de Oliveira da Silva, de 17 anos, foi executado durante uma abordagem policial em uma área de mata, na rua T, na comunidade Santa Inês, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus. O crime ocorreu por volta das 9h desta quarta-feira (23).

Os vizinhos confirmaram à reportagem que uma viatura policial e homens fardados abordaram três jovens. Durante a abordagem o adolescente levou um tiro, enquanto os outros dois fugiram pela área de mata. 

As informações foram confirmadas pelo  delegado Gerson Oliveira, do 14° Distrito Integrado de Políciais.

"Eles (as vítimas) saíram correndo e os policiais efetuaram disparo na direção desse rapaz que acabou alvejado. Não há informação de que houvesse armas com eles. Agora vamos junto a corregedoria, descobrir qual Cicom (Companhia Interativa Comunitária) atendeu a ocorrência. Já temos ciência de que não foi a 30ª, restando apenas a 14ª Cicom ou alguma força especial como Rocam ou Força Tática", explicou o delegado.

Ainda segundo o delegado, o crime teria ocorrido por volta das 9h, o que irá ajudar nas buscas por viaturas que estariam no local ou nas proximidades. Um pedido de investigação interna será solicitada para a Corregedoria Polícia Militar.

O Departamento de Polícia Técnico-Científico, identificou que Hebert foi atingido pelas costas, por apenas um disparo que ficou alojado no corpo. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). O caso segue sendo investigado. 

Mãe busca Justiça

"O nome do meu filho é limpo. Meu filho era criança, ele trabalhava vendendo verdura no meio da rua, foi confundido", essa é parte do depoimento de Adriene Perpétua Silva de Oliveira, mãe de Herbert de Oliveira da Silva, 17,  que foi morto com um tiro durante a abordagem policial, na manhã desta quarta-feira (23), na Comunidade Santa Inês, zona leste de Manaus.

Adriene revelou que o filho, saiu de casa por volta de 9h, quando iria vender verduras em bairros próximos, enquanto ela cuidava da irmã caçula de apenas dois meses. Até que ao se passar alguns minutos, ela escutou disparos de arma de fogo.

"Eu ouvi os disparos, mas jamais imaginava que era atrás do meu filho, porque eu sabia que ele não tinha envolvimento (com o crime). Quando chegou a notícia, já foi das pessoas que ajudaram a tirar ele da lama. Atiraram como se fosse um bicho, como se fosse um nada, entendeu? Atiraram e foram embora, não falaram nada pra ninguém, eles deixaram meu filho jogado como um cachorro na lama", disse a mãe aos prantos.

A mãe de Herbert contou detalhes de como era a rotina do filho, que vendia verduras para ajudar nas dispesas casa e comprar fraldas para a irmã e depois, ia para a escola. A vítima usava o caminho na mata para chegar mais rápido aos pontos de venda.

"De manhã ele descia a rua para usar a trilha para ir para o outro lado, trabalhar. Depois voltava por esse mesmo caminho, passava em casa e ia para a escola a tarde. Esse policiai já saiu atirando nele, só porque viu eles lá embaixo atravessando pro outro lado pra vender a verdura. Eu ainda chamei ele para tomar café, mas ele disse que estava atrasado", lamentou a mãe.

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