FORMAÇÃO DO POVO

Rainha do mar domina a arena em homenagem a raízes africanas

Alegoria trouxe sinhazinha do Caprichoso para a arena

Giovanna Marinho
25/06/2022 às 21:09.
Atualizado em 25/06/2022 às 22:04

Sinhazinha Valentina veio na alegoria em homenagem a Yemanjá (Junio Matos)

A levantadora Paula Gomes entoou “Cantiga de Janaína” para dar início à segunda parte da apresentação do Caprichoso na noite de sábado em Parintins. O boi preto volta as raízes africanas. No centro da arena estava a representação de Yemanjá, a rainha do mar, trazendo a Sinzinhazinha da Fazenda e aos seus pés várias representações negras. 

A toada “Boi de Quilombo” tomou o Bumbódromo e se uniu aos gritos de alegria azulada, enquanto Caprichoso evoluía seguido de um corpo de dançarinos em indumentárias que remetem a roupas dos povos da África. Se juntou a ele Valentina Cid dançando ao som de “Rostinho de Anjo”.

Valentina Cid iniciou a evolução com movimentos se danças utilizados em rituais e Umbanda e Candomblé. Após descer do guindaste, interpretou uma "incorporação" de espíritos. Depois de exaltar Yemanjá, a sinhazinha veio como filha de Oxum, uma das iabas, as representações femininas dos orixás. Nos espelhos de oxum na saia dela havia  diversas figuras negras ligadas ao Caprichoso, como Roque Cid.

Paula Gomes canta toada durante apresentação do Caprichoso (Junio Matos)

Maria Fumaça domina arena

O clima aterrorizante da “ferrovia do diabo”, Madeira-Mamoré, ganhou forma na arena compondo o cenário para evolução da Lenda Amazônica apresentada pelo bumbá Caprichoso na segunda noite de disputa. 

“Ferrovia do diabo” ganhou forma na arena no cenário para evolução da Lenda Amazônica (Gilson Mello)

 Baseada na lenda sobre a estrada de ferro construída no século XX, em Rondônia, e que foi abandonada, a alegoria era repleta de seres místicos presentes no imaginário dos povos do Vale do Gaporé. Para composição alegórica vários mortos surgiam representando os trabalhadores que morreram sem voltar para casa e que, segundo a lenda, aterrorizavam que por ali passava. 

A alegoria se transmutava e do trem surgia a “Maria Fumaça” enfurecida. Dela desceu a rainha do folclore, Cleise Simas, representado um ser da morte e se transmuta no folclore popular, assim ela evoluiu ao som de “Rainha do Povo Azulado”.

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