Parte da orquestra mirim do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro executou músicas como “Vento Norte”, do Caprichoso, e “Festa de Raça”, do Garantido
(Foto: Antonio Lima )
Os trabalhadores que estavam nos arredores do Bumbódromo conferindo os últimos ajustes para o 53º Festival Folclórico de Parintins, na tarde desta quinta-feira (28), puderam fazer tudo isso ao som de um grupo de aproximadamente 20 crianças e adolescentes do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, unidade que fica da Ilha Tupinambarana. A pequena orquestra musical, composta por toda a família de saxofones e de metais, tocou sucessos clássicos do boi-bumbá, como “Vento Norte”, do Caprichoso, e “Festa de Raça”, do Garantido, e aos poucos se consolida como a próxima geração de músicos da Festa dos Parintintin.
Quem comandava as batutas era o professor de música Alex Souza. Recém-chegado de Manaus para fixar moradia em Parintins, ele conta que está dando continuidade ao trabalho do músico Oromides Rezende. “Ele veio com o maestro Davi Nunes da Orquestra de Violões do Amazonas em outubro de 2017. Com isso, fizemos uma intervenção nesse grupo de jovens”, declara Alex. Além das toadas, os jovens também tocaram músicas como “Chuva de Prata”, de Gal Costa, e “We Are The Champions”, do Queen.
O professor explica ainda que a ação faz parte do projeto Caravana Cultural, do Governo do Estado. Tomando como gancho o Festival Folclórico, que começa nesta sexta (29), o grupo de alunos do Liceu veio para o hall principal do Bumbódromo tocar as toadas, impactados pela atmosfera bovina que cerca a cidade. Esta é a primeira vez que o grupo se apresenta em público. “Estamos aproveitando a véspera do festival e cumprindo nossas atividades. Também há atividades de pintura e teatro envolvidas no projeto”, coloca ele.
A estudante Ingrid Rezende, 10 anos, é de Cuiabá (MT) e está morando em Parintins. Na orquestra do Liceu, ela toca flauta transversal. “Minha música favorita do boi é ‘Vento Norte’. É uma música que queria tocar a muito tempo, mas não havia partitura para ela. A minha mãe deu a sugestão para o professor, que conseguiu a partitura e nos ensinou a tocar”, comentou a menina, que tem o sonho de tocar no Teatro Amazonas.
Já o parintinense Piterson Tavares, de 12 anos, aprendeu a tocar flauta transversal ainda neste ano e já mostra toda a segurança necessária para executar o instrumento. Por ser nativo da terra, ele explica que a emoção de tocar no Bumbódromo, mesmo que seja em seus arredores, lhe dá um frio na espinha. “Sinto uma emoção grande, como se estivesse tocando na arena. Não dá nervosismo mais”, alega ele, que é Garantido e ama a música “Festa de Raça”.