Bumbá fez apresentação sem grandes atropelos e emocionou o público ao levantar bandeiras em defesa das mulheres, povos indígenas e da comunidade LGBTQIAPN+
Agremiação fez espetáculo emocionante e sem grandes atropelos (Jeiza Russo/A Crítica)
PARINTINS - Na segunda noite do 56º Festival Folclórico de Parintins o Boi Garantido celebrou as cores, os povos e a diversidade que compõe a Amazonia, no subtema “Eu sou porque nós somos” encerrado com 02h29m35s. Diferente da noite de sexta-feira (30), o boi da Baixa do São José terminou a apresentação deste sábado (1º) sem atropelos de itens ou correria para não extrapolar o tempo.
Os primeiros destaques da noite foram os itens individuais, como o Tuxaua, Arthur Reis, que representou Tibira Maranhão, da etnia Tupinambá, executado pelo Tribunal do Santo Ofício, sendo o primeiro indígena morto por homofobia no Brasil. E também a porta-estandarte, Lívia Christina, com uma fantasia nas cores do arco-íris da bandeira LGBTQIAPN+, assinada por Fabson Rodrigues.
(Junio Matos/A Crítica)
(Junio Matos/A Crítica)
A Rosa Vermelha, Márcia Siqueira, agora é a primeira mulher a versar na arena do Bumbódromo. “Minha voz abre caminhos. Revolução cultural. Meu canto é libertário. Da força da matriarcal”, declamou.
A Mãe Catirina, Mara Souza, junto com o corpo coreográfico dançou a toada “Rosas Vermelhas” de Enéas Dias, Marcos moura e João Kenedy. No fim da coreografia foi formado o símbolo feminino “espelho de vênus”.
(Márcio Silva/A Crítica)
O Levantador de Toadas, Sebastião Jr, concorreu ao item 11 – Toada Letra e Música com a toada “Rosas Vermelhas” em dueto com Márcia Siqueira.
(A Crítica)
Na figura típica regional “Caboclas do Barro”, a Sinhazinha da Fazenda, Valentina Coimbra, com um belo vestido marrom crivado de pedras evoluiu ao som da toada “Sinhazinha Bela”. Para logo após, junto com o corpo coreográfico se apresentar em perfeita sincronia para os jurados.
(A Crítica)
Outro destaque está com o Amo do Boi, JP Farias, que direcionado para a galera do Caprichoso, sentou na frente da arquibancada e tirou o verso no qual contava a origem da estrela na testa do boi adversário, que segundo ele, veio da corcunda do bovino.
(A Crítica)
Um dos homenageados da noite foi Júnior Yanomâmi, líder do povo Yanomami, em Roraima, onde fundou uma organização para ajudar seu povo depois de trabalhar como agente de saúde.
(Junio Matos/A Crítica)
Além de Júnior Yanomami, nas lanças da vaqueirada do Boi Garantido estava estampado o rosto de David Kopenawa, líder político e xamã do povo Yanomami, presidente da Hutukara Associação Yanomami, ativista na defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica e escritor de obras como “A queda do céu”.
(Márcio Silva/A Crítica)
O boi da Baixa do São José fechou a noite com o ritual indígena Odoshas um rito de nominação, dos Ye’koana, e preparação de um membro desse povo para enfrentar o mundo de destruição e preparar novos morubixabas.
(Márcio Silva/A Crítica)
A alegoria preencheu a arena e mesmo a queda de um módulo alegórico não atrapalhou a grandeza do momento. O corpo cênico subiu no módulo e encenou ter destruído a fera.
O pajé Adriano Paketá surgiu no centro da alegoria e evolui para os jurados.
(Jeiza Russo/A Crítica)
Confira mais fotos da 2ª noite do Garantido (Jeiza Russo, Junio Matos e Márcio Silva):