1ª noite

Bumbá Garantido apresenta grande espetáculo relembrando vários sucessos

Com a temática 'Garantido por toda a vida', bumbá levou a galera ao delírio, apesar de alguns imprevistos

Michael Douglas
online@acritica.com
01/07/2023 às 00:20.
Atualizado em 01/07/2023 às 01:42

Boi Garantido entre o Pai Francisco e a Mãe Catirina (Foto: Junio Matos)

O que você vai ler:

- Bumbá Garantido entrou na arena apostando no saudosismo e explosão inicial;

- Cunhã-Poranga teve problema com vestimenta e Sinhazinha pouco tempo de apresentação;

- Adriano Paketá, o Pajé, segue sendo o ponto alto do bumbá;

Parintins (AM) - Apostando na nostalgia e em um início potente, o Boi-Bumbá Garantido apresentou, na noite desta sexta-feira (30), o espetáculo “A vida depende da vida”, a primeira parte do show “Garantido Por Toda a Vida”. Recorrendo a alguns de seus maiores sucessos, desta e de outras décadas, o bumbá entrou ‘tremendo a terra’ para mostrar que faria uma apresentação muito acima do ano anterior, mesmo apresentando alguns problemas que podem custar alguns pontos, dentre eles o estouro do tempo.

Iniciando com versos de João Paulo Faria, o amo convidou o publico para mais noite de espetáculo na ilha da magia. Foi ele quem trouxe para a arena o apresentador Israel Paulain, que chegou ao lado de duas costureiras e do próprio boi-bumbá, seguidos pelos demais trabalhadores que fazem a magia por trás das alegorias encarnadas.

João Paulo Faria, como amo do boi, tirando versos ao lado do boi de pano

 Sebastião Junior, em uma versão quase que xamânica carrega um bebê predestinado, que teria seu nome definido apenas anos depois. Ele narra a história de um homem indígena que luta pelo se povo e ganha o nome de Raoni, o guerreiro onça, que ganha contornos de jovialidade e fúria na ‘intepretação’ trazia à arena pelo pajé Adriano Paketá, que apareceu com um bastão digno de uma ficção cientifica. 

Cacique Raoni Metuktire foi homenageado no Ritual Nominação Kayapó

Sempre bem e dominando o público que lhe assistia, o pajé do Garantido mostrou ao mundo o peso narrativo e simbólico de ‘Nominação Kaiapó’, que contou com a já esperada participação daquele que inspira obra, Raoni Metuktire, em breve – mas importante – aparição. A colossal alegoria apresentada na arena, representando a vida do indígena, com sete módulos acabou tendo um problema e demorou para entrar em cena, mas acabou sendo completada a tempo do ritual.

Pouco tempo depois da primeira alegoria, entrou em cena outro aspecto da ‘vida’ trazida pelo Boi da Coração: a concepção da própria, exigida por meio de um ventre. Essa foi a deixa para a entrada da cunhã-poranga, Isabelle Nogueira, que mostrou a força das amazonas das margens de Nhamundá, indo desde a encenação do ato sexual juntamente com Sebastião Junior – em uma ode ao desejo feminino – ao confronto com os colonizadores, como o Franciso Orellana. 

Isabelle Nogueira e Sebastião Júnior

Claramente mais à vontade dentro de seu item, a cunhã-poranga teve espaço para mostrar a importância e a força da vida feminina. Talvez o grande destaque feminino da noite, principalmente pelas alegorias em que surgiu, a Cunhã voltou a arena no alto de uma colossal alegoria, interpretando a primeira mulher criada por Wasiry (filho deus Monã), com o qual se uniu, consolidando a “Gênese Maraguá” (retratada na alegoria). Nesta segunda entrada, a artista acabou tendo um problema com sua indumentária, quase ao fim de sua apresentação, deixando parte de seus seios a mostra.

Outro ponto alto da apresentação foi Demerson D'alvaro, vindo do Rio de Janeiro para dar vida ao curandeiro que protagoniza o ato “Curandeiros da Amazônia”, tendo também como destaque a alegoria que retratava os mais diferentes ‘médicos’ existentes na Amazônia. 

Demerson D'alvaro veio do Rio de Janeiro para dar vida ao curandeiro que protagoniza o ato 'Curandeiros da Amazônia'

Edilene Tavares, a rainha do folclore, entrou na arena durante o ato ‘Aquarela da Amazônia’, em uma referência a harmonia com a mãe terra, tudo refletido em uma alegoria fazendo referência a mulher se transformando em um tipo de flor. Além dela, outra que teve bastante espaço dentro do espetáculo foi a porta-estandarte Lívia Christina, que entrou em cena durante o ato Clamor do Terra, um dos últimos a entrar na arena.

A parintinense Livia Christina, 23 anos, estreou como porta-estandarte

Quem teve pouco tempo para se apresentar foi Valentina Coimbra, a sinhazinha da fazenda, que entrou em cena nos últimos cinco minutos de apresentação e pouco pode mostrar, concluindo a apresentação do bumbá, aparentemente, de forma rápida e confusa.

Sinhazinha da fazenda, Valentina Coimbra

Também com pouco tempo de apresentação, mas mandando o seu recado, esteve o amo do boi, João Paulo Faria, que aproveitou suas raras entradas no show para falar sobre a superação do bumbá e questionar, de forma provocativa, a origem do Boi-Bumbá Caprichoso. Destaque para os versos em que chama do Touro-Negro de ‘Gitinho’ e seus torcedores de ‘mauricinhos’.

Por fim, em uma apresentação correta – para dizer o mínimo – de Sebastião Junior (principalmente em seu início) e o sempre efusivo Israel Paulain, o Bumbá mostrou que há vida no Garantido, que ao se apresenta melhor que no festival passado.

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Junio Matos)

(Foto: Junio Matos)

(Foto: Junio Matos)

(Foto: Junio Matos)

Assuntos
Compartilhar
Sobre o Portal A Crítica
No Portal A Crítica, você encontra as últimas notícias do Amazonas, colunistas exclusivos, esportes, entretenimento, interior, economia, política, cultura e mais.
Portal A Crítica - Empresa de Jornais Calderaro LTDA.© Copyright 2024Todos direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por