O ano mal começou, e o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 10 mil casos de dengue, com 10 óbitos em investigação
(Foto: Agência Brasil)
Desde os primeiros casos documentados na década de 1980, a dengue se apresenta com um dos grandes desafios para a saúde pública brasileira, com epidemias intercaladas ao longo dos anos. Vale lembrar que, no ano passado, o Brasil enfrentou a maior epidemia de dengue já registrado no País, com 6 mil óbitos. O ano mal começou, e o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 10 mil casos, com 10 óbitos em investigação. A ameaça só pode ser superada por meio da atuação combinada dos governos federal, estaduais e municipais, além do apoio da população. Esta última, inclusive, tem papel fundamental a desempenhar, combatendo ambientes e situações que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Após a epidemia do ano passado, que se estende em 2025, o governo federal coloca em prática estratégia com diversas vertentes; com uso de vacinas, disseminação de informações e até mesmo introdução de mosquitos machos estéreis para combater a população de insetos. O novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika é composto por seis eixos e tem o objetivo de ampliar medidas preventivas para conter o avanço de casos dessas doenças no Brasil.
A vacinação é uma das principais armas. Mais de 9,5 milhões de doses de vacina contra dengue foram adquiridas pelo Ministério da Agricultura para intensificar as campanhas de imunização, além das 3 milhões de doses já entregues a estados e municípios no ano passado e que ainda não foram usadas. Espera-se ampla campanha para orientar a população sobre boas práticas preventivas e combater a desinformação quanto às vacinas, que infelizmente, ainda faz muitos adeptos.
O enfrentamento da dengue expõe outro problema sério das cidades: a falta de saneamento básico, com acúmulo de lixo em depósitos clandestinos, o que é especialmente perigoso em regiões de alta pluviosidade, como a Amazônia. Mesmo que as famílias eliminem o acúmulo de água parada nas residências e quintais, a presença de muito lixo em terrenos baldios, onde as inúmeras possiblidades para acúmulo de água tornam tais locais amplos criatórios de mosquito, pode anular os cuidados domésticos. As prefeituras precisam agir para identificar e eliminar os lixões irregulares.